Depois de uma verdadeira peregrinação em busca de um local para atendimento de recém-nascidos e parturientes, os Ministérios Públicos Estadual e Federal de Alagoas aguardam posicionamento da Secretaria de Estado de Saúde (Sesau) e do Hospital do Açúcar para saber se este e o Hospital Geral do Estado poderão receber a demanda de pacientes da Maternidade Santa Mônica. Nesta quinta-feira (19), a maternidade sofreu uma pane elétrica e teve de transferir 15 bebês em Unidades de Terapia Intensiva para outros hospitais.
Cientes dos problemas da Santa Mônica, a promotora de Justiça Micheline Tenório e a procuradora da República Roberta Bonfim visitaram ao longo do dia os hospitais onde acomodaram os pacientes. Além disso, equipes técnicas da saúde avaliaram o Hospital Santa Rita e a Casa de Saúde Paulo Neto para saber se eles podem receber o público em destaque, mas nenhum possui a mínima condição de atender recém-nascidos e parturientes.
No início da noite, após reunião com a Sesau e os Ministérios Públicos, a direção do Hospital do Açúcar se prontificou a ceder uma ala administrativa para adaptar enfermarias de obstetrícia. No entanto, será necessário um estudo técnico de quanto tempo levará para realizar as mudanças estruturais do local. Da mesma forma, técnicos da Secretaria e da Maternidade Santa Mônica vão avaliar se podem adaptar algum ambiente do HGE em UTIs neonatal e materna.
Caso as adaptações dos hospitais sejam inviáveis, os dois Ministérios Públicos vão estudar a viabilidade do Hospital Universitário (HU) recepcionar mais uma vez a Maternidade Santa Mônica, que contou com o apoio da instituição federal durante os meses em que estivera em reforma. O problema é que a estrutura da maternidade estadual saiu do HU justamente porque ele precisava diminuir a quantidade de leitos para realizar uma reforma na tubulação de gases medicinais, sob o risco de haver uma explosão no local.
“Vamos aguardar os laudos técnicos dos profissionais de engenharia e arquitetura, que devem ficar prontos já neste sábado. Nós queremos saber se há de fato a possibilidade do HGE e do Hospital do Açúcar atenderem a demanda da Maternidade Santa Mônica a partir do apoio da Secretaria de Estado de Saúde. Também entraremos em contato com o HU para saber em que situação anda a reforma por lá. Alguma solução daremos a essas mães e bebês, nem que seja por meio das medidas judiciais cabíveis”, disse a promotora Micheline Tenório.
Transferência para outras maternidades
Na madrugada desta sexta-feira, a Maternidade Santa Mônica concluiu a transferência de 15 bebês para outras centros de atendimento de saúde. Todos estavam em Unidades de Terapia Intensiva, sendo que quatro estavam em respiradores e dois tinham sido submetidos a cirurgias recentemente. Estes seis últimos foram levados para o Hospital Artur Ramos, Hospital do Açúcar e Unimed, sendo dois por local.
Os demais se encontram em situação estável e, por isso, foram para o Hospital Geral do Estado, onde estão em Unidades de Cuidados Intensivo (UCI). A transferência foi motivada por uma falha no gerador da maternidade, que ficou sem eletricidade desde a noite de ontem.