Questão de respeito, de cidadania, de contribuir para a promoção da dignidade da comunidade LGBTQI+ foi o que desencadeou a reunião, ocorrida nessa quarta-feira (6), entre o procurador-geral de Justiça (PGJ), Márcio Roberto Tenório de Albuquerque, o presidente do Grupo Gay de Maceió (GGM), Messias Mendonça e diretoria, a vice-presidente do Conselho Estadual de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos LGBT (CECD LGBT/AL) e assessora técnica da Seprev, Alexandra Pedrosa. No encontro, o chefe do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) reafirmou o compromisso de doação de um veículo, móveis e 10 notebooks para a instituição que fica localizada n Rua da Paz, na Chã da Jaqueira, em Maceió.

Acompanhado do seu chefe de gabinete e promotor de Justiça Humberto Bulhões, do presidente da Associação do Ministério Público de Alagoas (Ampal), Salomão do Nascimento, e também do diretor-geral, Carlos Eduardo Àvila, o PGJ teve uma breve apresentação do GGM, inteirou-se das necessidades estruturais e alinhou as contribuições para que Messias Mendonça possa executar os projetos vislumbrados tanto para a comunidade LGBTQI+ como para a comunidade da Chã da Jaqueira.

“A reunião trouxe mais de perto a realidade na qual vive o Grupo Gay de Maceió e já havia me comprometido em ceder um carro para facilitar a locomoção da diretoria na busca por melhorias e na luta pela dignidade e respeito. Tinha a previsão de doar quatro notebooks, mas a par da situação e sabendo que têm um projeto de qualificação para a comunidade, em andamento, falei com o diretor-geral para separar dez além de armários, mesas e cadeiras que possam ser doadas. Enquanto chefe do Ministério Público quero deixar claro que nossa instituição está para garantir direitos e defender o cidadão, sem quaisquer distinções. Aqui não existe e jamais existirá preconceito, discriminação, porque somos guardiões da cidadania de um todo e estaremos sempre de portas abertas para acolher, abraçar e defender causas”, declara Márcio Roberto.

Messias Mendonça falou sobre os trabalhos desenvolvidos e algumas parcerias, explicando que a instituição vive de doações.

“Viemos mostrar como trabalhamos e o que já está em desenvolvimento, bem como o que pretendemos fazer em prol da nossa comunidade LGBTQI+, mas também para 500 famílias do local. Falando em estrutura ainda estamos muito carentes, precisamos de ajuda, por isso estamos aqui vendo o que o Ministério Público pode fazer. Há um projeto de qualificação para as pessoas da comunidade onde estamos instalados, mas não temos os equipamentos, móveis suficientes. Já conseguimos, com parcerias de hotéis doar lençóis, de pessoas do ramo alimentício doar cestas básicas mas ainda há muito preconceito porque os benefícios partem de nós. E queremos quebrar esse tabu, mostrar às pessoas que é possível uma troca de acolhimento que culmine em dignidade para todos”, disse o presidente do GGM.

Alexandra Pedrosa detalhou as necessidades do GGM, enfatizou as dificuldades e a falta de estrutura reforçando a fala de Messias Mendonça, e teve os pedidos acatados pelo procurador-geral de Justiça.

“Acompanho de perto o trabalho do GGM e posso garantir que é um trabalho voltado para ajudar as pessoas, com o intuito de ajudar, de levar benefícios, ocorre que não temos uma estrutura adequada, falta tudo, há projetos mas não é possível concretizar, temos muitas pessoas inscritas para uma qualificação mas não temos como acomodar, não temos computadores, então viemos aqui para apelar mesmo ao Ministério Público uma parceria, mostrando com seriedade nossos propósitos e saímos felizes com tudo o que foi prometido, será de grande valia”, afirma a vice-presidente do CECD LGBT/AL.

O momento serviu também para o PGJ Márcio Roberto ser informado que em dezembro será homenageado pelo GGM. Na próxima segunda-feira, às 9h, o chefe ministerial fará visita de cortesia à instituição, na Chã da Jaqueira, para conhecer as instalações.

Doações

O Ministério Público de Alagoas e o Grupo Gay de Maceió assinarão um termo de cessão para repasse e uso de um veículo. Além disso também será doados móveis e notebooks para os representantes da comunidade LGBTQI+ da capital.

O veículo, os equipamentos, os armários, mesas e cadeiras a serem doados estão na lista da Comissão de Desfazimento de Bens da instituição, coordenada pelo promotor de Justiça Delfino Costa Neto, o diretor financeiro, Arthur Tavares e o chefe da Seção de Administração de Redes, Flávio Vasconcelos. O objetivo é destinar equipamentos de tecnologia e outros objetos em boas condições de utilização para que instituições públicas e de responsabilidade social melhorem o desempenho de suas atividades. Muitas instituições, órgãos, e ONGs, como as Polícias Civil e Militar, escolas, o Sindicato dos Transportes Complementares já foram contemplados com doações do MPAL.