A Escola Estadual Coronel Francisco Alves Malta, que conta com cerca de 600 alunos, deve voltar a funcionar na próxima segunda-feira, depois das medidas de segurança que foram discutidas hoje à tarde na audiência do Núcleo da Promotoria da Fazenda Pública Estadual, na sede da Procuradoria Geral de Justiça. A audiência, coordenada pelas promotoras Cecília Carnaúba e Miryã Tavares Ferro, serviu para discutir o clima de insegurança vivido pela comunidade escolar, em função da proximidade da escola com a Unidade de Internação Masculina (UIM) – o antigo Centro de Recuperação de Menores (CRM), alvo de constantes rebeliões e fugas de menores infratores.
Durante a audiência, a professora Márcia Lemos disse que as constantes rebeliões e as rotineiras fugas de menores geraram insegurança aos alunos e professores, o que estava impossibilitando o início do ano letivo de 2007. “Com as medidas que foram decididas nessa audiência, vamos mostrar a comunidade escolar – alunos, pais e professores – as providências que serão tomadas, para que possamos avaliar a possibilidade do retorno das aulas”, afirmou Márcia Lemos, acrescentando que a decisão pela reabertura da escola não é só dela, mas da comunidade escolar.
Entre as providências que serão tomadas para minimizar o clima de insegurança está a construção de dois muros paralelos, com seis metros de altura cada e com intervalo de 25 metros entre ambos, dotados de guaritas, formando uma barreira que separa o Complexo Humberto Mendes da escola. A obras será realizada com recursos do Estado e executada pelo Serviço de Engenharia de Alagoas (Serveal), num prazo de 90 dias. Enquanto isso, o policiamento no local será reforçado com uma dupla de policiais pela manhã e outra pela tarde.
Como medida imediata, para reduzir o clima de insegurança na comunidade escolar, ficou decidido que os internos do Complexo Humberto Mendes serão transferidos para a Unidade Feminina, que fica a uma distância maior da escola. Enquanto isso, as meninas serão transferidas para outro local ainda a ser definido. A secretária Wedna Miranda ficou responsável por fazer essa transferência, que foi sugerida pelas professoras da escola. Ficou definido também que o Ministério Público Estadual irá requisitar à Superintendência de Iluminação Municipal (Sima) melhorias na iluminação da área.
A audiência contou ainda com a participação da secretária estadual da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, Wedna Miranda; do tenente-coronel Adilson Bispo, comandante do policiamento da Capital, do tenente-coronel Luiz Carlos Ferreira, comandante do Batalhão Escolar; da professora Márcia Lemos, diretora da Escola Estadual Coronel Francisco Alves Malta; do engenheiro Raul Cleto, representando o setor de engenharia da Secretaria Estadual da Educação; além de Iara Bentes e Wilson Nonato, superintendente de medidas sócio-educativas e diretor do Complexo Educacional Humberto Mendes, respectivamente.