O matadouro municipal de Girau do Ponciano foi interditado, no início da noite desta sexta-feira (7), pelo IMA e pela Adeal por falta de licença ambiental, lançamento de efluentes no meio ambiente e maus tratos animais. A equipe da FPI do São Francisco também retirou de comercialização cerca de duas toneladas de carne. Parte dela será doada para os animais do Ibama e outra terá como destino a incineração.
Por funcionar sem licenciamento ambiental, a Prefeitura de Girau do Ponciano terá de pagar uma multa de R$ 38 mil e procurar o Instituto para regularizar a situação antes de retomar o trabalho.
Já o lançamento de resíduos sólidos e afluentes no solo terminavam por chegar num açude próximo ao matadouro. Esse descaso com a poluição do meio ambiente também foi alvo do IMA e do BPA.
Os policias lavraram uma Comunicação de Ocorrência Policial pelas irregularidades identificadas.
Abate clandestino
Já a Adeal autuou a Prefeitura por prática de abate clandestino. “Eles matavam o animal do modo mais cruel, pelo chuncho, que é um golpe de punhal na medula espinhal. Eles sangram até morrer, o que configura hipovolemia. O modo correto de abatê-lo seria por pistola pneumática, pois o mataria sem tanta dor”, explicou André Sandes, fiscal da Adeal.
Porcos também eram abatidos no local, que dispunha a carne em contato direto com o chão sujo de sangue e vísceras dos animais.
Segundo o secretário de Agricultura de Girau, Laélson Lima dos Santos, o matadouro distribuía a carne em pontos de venda nas cidades de Traipu, Lagoa da Canoa, Campo Grande e Olho D`água Grande, além do próprio município que ajuda a gerenciar. “No sábado mesmo, boa parte da carne iria para a feira de Campo Grande, que é a maior da região. Temos uma das últimas casas de abate da localidade junto com a de Arapiraca”, alegou.
O Crea também notificou o Município para que ele apresente em 10 dias um projeto de instalação elétrica, hídrico-sanitária e de combate à incêndio e pânico.
O Conselho Regional de Medicina Veterinária, por sua vez, lavrou um auto de infração em virtude do estabelecimento não estar registrado no órgão e por ausência de um médico-veterinário responsável. A multa pela infração pode chegar a R$ 3 mil.
Animais silvestres
Próximo ao local também foram resgatados sete galos de campina, um pintassilgo, quatro cutias e dos tatus-peba.
Também participaram da operação o MPE/AL, PRF, Vigilância Sanitária Estadual, 3° BPM e Ibama