No hip hop dos paulistanos da Pavilhão 9, banda de grande sucesso na década de 90, encontra-se a inspiração da nova campanha social do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL). “Aperte o Play, Dispare o Raciocínio”, nome da iniciativa comandada pelos promotores da Infância e Juventude, Rogério Paranhos e Alexandra Beurlen, e que tem o objetivo de arrecadar material de leitura, TVs e jogos eletrônicos para mais de 200 jovens do Núcleo Estadual de Atendimento Socioeducativo (Neas), continua durante toda esta semana e será encerrada na próxima sexta-feira (20). O Tribunal de Justiça de Alagoas e Defensoria Pública do Estado de Alagoas são parceiros da iniciativa.

A arrecadação do material ocorrerá começou no último dia 02 e será finalizada antes do início do recesso do Ministério Público. Após a arrecadação do material, será realizada uma visita às unidades de internação para a entrega das doações dos livros e games. A partir desse momento, será possível implantar uma sala de leitura e outra de jogos eletrônicos para os socioeducandos. Os produtos doados devem ser originais, estar em condições de uso e ter conteúdo didático ou esportivo, excluindo assim jogos e publicações que estimulem a violência, visto que o público-alvo é formado por adolescentes e jovens que cumprem medidas socioeducativas.

Os promotores Rogério Paranhos e Alexandra Beurlen destacam que, tal como as doações feitas para pessoas de baixa renda ou para instituições filantrópicas, é necessário seguir o raciocínio de dar algo proporcional aquilo que o doador gostaria de receber como para o uso próprio.

“A ideia é oferecer mais alternativas aos adolescentes e jovens que passam dias, meses, anos nas unidades de internação ou de semiliberdade. Com o apoio do MPE/AL e da sociedade civil, o Neas disponibilizará entretenimento, por meio dos games, e conhecimento, por meio dos livros. Dessa forma, acreditamos estar diversificando ainda mais as atividades diárias que ocupam o tempo dos socioeducandos”, explicam os representantes do Ministério Público.

A iniciativa dos promotores foi elogiada pelo procurador-geral de Justiça, Sérgio Jucá, que vem priorizando na sua gestão o perfil social do Ministério Público Estadual. “O nosso compromisso com a sociedade alagoana, no caso, com esses jovens do Núcleo Estadual de Atendimento Socioeducativo, leva os membros do MPE/AL a não apenas cobrarem do poder público soluções para as mazelas do Estado, como também a apontar soluções e, até mesmo, ajudar a resolvê-los. Podem ter certeza que vou separar um bom número de livros lá de casa para colaborar com a campanha”, disse Jucá.

Os livros, materiais didáticos, jogos eletrônicos e equipamentos que colaborem com a sala de leitura e a sala de games dos adolescentes devem ser entregues na sala da Diretoria de Comunicação Social do Ministério Público Estadual, 1º andar do prédio-sede da Procuradoria Geral de Justiça, na Rua Dr. Pedro Jorge Melo e Silva, nº 079, Poço. O contato para mais informações pode ser feito pelos números da Diretoria (2122-3515 e 2122-3516) ou pelo e-mail ascom@mpal.mp.br.

As doações também podem ser entregues no Núcleo de Direitos Humanos (prédio-sede das Promotorias de Justiça da Capital), na Promotoria de Justiça Coletiva da Infância e Juventude (Escola Superior) e no 2ª Centro Apoio Operacional, em Arapiraca.

O som da Pavilhão 9

Formada no bairro do Grajaú, na cidade de São Paulo, em 1990, a banda Pavilhão 9 se destacou na cena musical brasileira com um hip hop original, que logo tornou referência de protesto para jovens da periferia paulistana e, em pouco tempo, também para a de todo o Brasil. O nome da banda é uma referência a um dos pavilhões do Presídio do Carandiru, que dois anos depois viveria um dos maiores massacres contra presos da história brasileira. A banda também conta com influência do rap, hardcore e rock nas suas composições.

“Derrubamos todo tipo de preconceito/ Quem é você pra julgar o nosso jeito/ Vou mostrar o que acontece ao nosso redor/ Superando limites batendo recordes/ Execução da guitarra na mente palavra corta como gillete/ Se é que me entende ok/ Gire o botão, aumente o som, eu sei agora, aperte o play/ Aí parceiro, eu tenho uma coisa nova pra você/ Agora aperte o play”, fala um trecho.