Com temas como a importância de denunciar situações envolvendo abuso sexual contra crianças e adolescentes e o direito a uma educação de qualidade, teve continuidade, nesta sexta-feira (25), o projeto “Fale, Educação”. As atividades aconteceram pela manhã na Escola Estadual Eunice de Lemos Campos, no Benedito Bentes I e, a tarde, na Escola Fernandes Lima, no Sítio São Jorge. Os palestrantes foram, respectivamente, os promotores de Justiça Dalva Tenório e Hamilton Carneiro.
Interagindo com os alunos e fazendo um alerta para o crescente registro de casos envolvendo desrespeito aos direitos das crianças e adolescentes, a promotora de Justiça Dalva Tenório destacou a importância da denúncia para que situações como abuso sexual de jovens não continuem acontecendo.
A palestra também faz parte do programa Com Criança Não se Brinca – quebrando o silêncio, idealizado pela promotora de Justiça há quatro anos. “Este é um tema delicado e precisa ser tratado como tal para que os jovens fiquem seguros e denunciem. Também é preciso conversar muito, chegar junto a eles, perguntar, mostrar caminhos e dizer que esse tipo de situação não pode e não é normal na vida de ninguém”, declarou ela.
Durante toda manhã, a promotora conversou com os jovens e mostrou como podem ser reconhecidos os sinais de abuso sexual em uma vítima. Além disso, ela explicou aos estudantes que essa situação, na maioria das vezes, é provocada por parentes ou pessoas muito próximas da família. “Muitas crianças demoram a denunciar porque acham que ninguém vai creditar nelas. Ou simplesmente, ficam com medo. Isso não pode acontecer. Nossos jovens precisam ser protegidos, cuidados. Estamos aqui para mostrar que eles não estão só”, disse.
Logo depois de conversar com os adolescentes, a promotora de Justiça manteve um diálogo com os professores da escola. “O educador tem que ficar próximo de seus alunos. É preciso reconhecer sinais e saber a quem recorrer para retirar a criança da condição de abusada. É uma situação que precisa de delicadeza em seu trato. Só desse modo teremos a confiança delas. Além do mais, também é preciso trabalhar com a prevenção e evitarmos que esse público passe por isso”, afirmou.
Projeto
Já o promotor de Justiça Hamilton Carneiro conversou com os alunos da Escola Fernandes Lima, no Sítio São Jorge, sobre o direito que cada cidadão tem a ter acesso a um ensino de qualidade. Ele ainda lembrou aos jovens que o direito a educação não é somente de responsabilidade de governos, mas também uma obrigação da família.
“Não existe nenhum direito no mundo que seja mais instrumental do que a educação. Por meio dela é que vocês conseguirão outros direitos como à saúde, lazer, cultura ou qualquer outro. Estamos aqui para mostrar que ser cidadão é garantir todos os direitos como determina a Constituição Brasileira”, explanou o promotor de Justiça.
O projeto “Fale, Educação” foi criado com o objetivo do Ministério Público levar cidadania a estudantes da rede pública de ensino. Nesse processo, vários promotores se envolvem e, dentro das suas incumbências, mostram ao público-alvo o papel da instituição ministerial e discute direitos e deveres, além de mostrar a eles a diferença entre os poderes.
As palestras, dentre outras coisas, falam sobre educação, saúde, direito do consumidor, corrupção. O “Fale, Educação” também abre espaço para os estudantes relatarem a realidade de onde estudam e traça um raio-x das escolas.
A cada final de encontro, o Ministério Público, junto com os alunos, constrói enunciados que vão servir de base para a transformação de cada unidade de ensino.