Em solenidade realizada no prédio-sede da Procuradoria Geral de Justiça nesta segunda-feira (17), o promotor de Justiça Marcos Barros Méro tomou posse do 9º cargo de Procurador de Justiça Cível, de 2ª instância, do Ministério Público Estadual (MPE). Méro ocupará a vaga deixada pelo procurador Fábio Rocha Cabral, que se aposentou em novembro.
Pelo critério de merecimento, o novo procurador encabeçou a lista tríplice definida pelo Conselho Superior do Ministério Público, em que constavam ainda os nomes dos promotores Valter José Omena e Luiz Vasconcelos. Em sua última função como promotor, Méro respondeu pela coordenação da Promotoria de Justiça Coletiva da Fazenda Municipal.
Confira abaixo o discurso do novo procurador na íntegra:
“Eminente Senhor Procurador-Geral de Justiça,
Caríssimos Procuradores de Justiça e demais membros do Ministério Público local,
Excelentíssimos Senhores Advogados, nobres integrantes do Ministério Público de Contas e preclaros Magistrados,
Demais autoridades aqui presentes,
Operosos servidores desta valorosa Instituição,
Meus queridos familiares, os quais saúdo através de Consinha, minha dileta esposa, ponto central da minha vida e com quem tenho a imensa alegria de comemorar, coincidentemente hoje, 35 anos de vida matrimonial,
Minhas senhoras e meus senhores,
A inspirada poeta Cora Coralina, reescrevendo o que já ensina a milenar sabedoria chinesa, adverte que: O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada.
Mas jamais poderemos negar que não há caminho que não tenha começos com um primeiro passo, aliás o mais importante, no pensar de Vinícius de Moraes.
E é por isso mesmo que, após longa vivência no Ministério Público, sempre volto os olhos para o nosso primeiro encontro, isso nos hoje distantes idos de 1974, quando se inaugurou o meu exercício como Adjunto de Promotor na Comarca de Igreja Nova.
Sim, pois que oportunidade em tudo e por tudo para mim verdadeiramente construtiva. De um lado, na medida em que se fez estimuladora dos meus estudos no campo do Direito. De outro, quando me propiciou singular e valiosa experiência de vida, máxime quando era ainda tão jovem. Finalmente, porque a plantar em mim a firme disposição de definitivamente integrar-me nesta combativa Instituição.
Com efeito, logo mais graduado e desde então a autonomamente operar o direito, vinculei os meus esforços profissionais, inicialmente, à representação e à defesa de interesses privados.
Mas não titubeei quando, em ciente da convocação de concurso público para ingresso no Ministério Público, neste me inscrevi, nele concorri, fui aprovado e finalmente nomeado para o cargo de Promotor de Justiça substituto.
A partir de então o longo, nem sempre fácil e por vezes espinhoso percurso pelas Comarcas de Olho d’Água da Flores, Delmiro Gouveia, onde me titularizei, Piaçabuçú, Palmeira dos Índios, Viçosa, Atalaia, Arapiraca e finalmente Maceió, sendo de anotar que, quando na primeira, a responder pelos feitos vinculados à Comarca de São José da Tapera, à época ainda em processo de implantação.
E como entreatos no cenário do meu desempenho como membro do Ministério Público, minhas presenças, nesta Procuradoria-Geral de Justiça, a exercer, sucessivamente, os cargos de Assessor de Gabinete do Procurador-Geral de Justiça, Chefe de Gabinete do Procurador-Geral de Justiça, Secretário-Geral desta Procuradoria, Secretário, por mais de uma vez, do Colégio de Procuradores de Justiça, Membro integrante da Assessoria Técnica do Procurador-Geral de Justiça, Secretário, também por mais de uma vez, do Conselho Superior do Ministério Público, Secretário da Corregedoria-Geral do Ministério Público, Diretor de Redação do Jornal do Ministério Público, Supervisor do Site do Ministério Público, Coordenador do Programa Televisivo do Ministério Público intitulado “Cidadania é Direito”, Membro Titular representante do Ministério Público no Conselho de Administração da Superintendência de Previdência para a execução das Ações Previdenciárias inerentes ao AL Previdência e ao Fundo de Previdência de Alagoas, Presidente do Conselho Editorial do Jornal do Ministério Público e Agente do processo de estruturação física, Organizador do acervo e Coordenador da Biblioteca Ernani Méro, do Ministério Público Estadual.
De mais a mais, nunca me furtei a cumprir, individualmente, relevantes missões que me foram cometidas, tantas vezes a responder pela concepção e pela redação de instrumentos normativos que, mais tarde formalizados, ainda hoje regem esta Casa.
Inclusive, seja permitido ressaltar, aquele que resultou na geração da bandeira e do brasão do Ministério Público nas Alagoas.
Chego, portanto, à cúpula do Ministério Público, com a minha fronte erguida, eis que cônscio do dever cumprido e após vasta estrada profissional percorrida, história, garanto, escrita com dedicação, com probidade, com prudência, com independência e com inarredável apreço ao ideal de Justiça.
Mas chego com a consciência daquele lendário pastor, talvez persa, que tendo sido erguido à alçada função de Ministro do Reino, mantinha escondida, em um canto qualquer, a gasta e pobre túnica que no passado envergara, de modo a que, a ela sempre revendo, não viesse, iludido pela nobreza do seu novo estado, a se esquecer das suas humildes origens.
É certo que dificuldades e incompreensões tiveram de ser suportadas, mas confesso que não guardo ressentimentos, mesmo porque guardo comigo a lição, trazida pelo magistério de Ernani Méro, meu pai, de que não há de ser grande quem se deixa inflamar pela pequenez alheia.
Afinal de contas, fiquemos com a sabedoria de Wlliam Shakespeare: Sendo o fim doce, que importa que o começo amargo fosse? Bem está o que bem acaba?
Portanto, meu eterno reconhecimento a todos e a cada um dos que tomaram parte, num esforço comum, por esse meu sucesso e graças e louvores a Deus Pai Todo-Poderoso que a tudo presidiu e consentiu.
Muito obrigado”.
(Marcos Barros Méro)