O Ministério Público Estadual e a Polícia Civil comemoraram ontem o resultado do mutirão de trabalho para dar andamento aos inquéritos da Meta 2, da Estratégia Nacional de Segurança Pública (Enasp) constituída por iniciativa do Conselho Nacional do Ministério Público, Conselho Nacional de Justiça e Ministério da Justiça. Em Alagoas foram integralmente apreciados 3099 processos, sendo que destes 2292 foram diligenciados, 138 denunciados, 469 arquivados e 15 desclassificados. O número é menor do que os 4180 anunciados inicialmente, pois 480 já tinham sido transformados em processos, enquanto outros 601 ainda estão em andamento em delegacias do Estado – e por isso não entraram no mutirão, sendo retirados do mutirão.
Diferente do que chegou a ser anunciado, os documentos em nenhum momento foram perdidos. Os números foram debatidos em uma reunião no prédio-sede do MPE. Foram alcançados 14,9% que já estão inseridos no Inqueritometro do CNMP. Na verdade, este número é bem maior atingindo os 21,35%, devido aos inquéritos que não foram analisados. Até o dia 20 deste mês novos números devem ser inseridos. Ficou decidido ainda que o mutirão com promotores, delegados, agentes, escrivães e servidores do MPE será prorrogado por mais 30 dias, sendo reforçado com a chegada dos analistas recentemente aprovados no concurso do Ministério Público Estadual.
Segundo o procurador-geral de Justiça, Eduardo Tavares, a intenção do mutirão foi buscar a Justiça para as vítimas da violência em Alagoas, e por isso, o trabalho feito em parceria do MPE com a Polícia Civil buscou analisar detalhadamente cada um dos inquéritos. Ele explicou que a análise foi feita de forma criteriosa e não apenas visando atingir estatísticas, já que desta forma, seria muito mais fácil arquivar os inquéritos em bloco.
“Nossa intenção é fazer justiça. Estamos contribuindo decisivamente para o fim da impunidade. Sempre é bom lembrar que cada inquérito deste representa uma ou mais vidas”, destacou. “O inquérito que não foi objeto de denúncia ou arquivamento, foi objeto de diligência. Afinal, o que interessa mesmo é diminuir os índices de impunidade, nunca o arquivamento, precipitado e muito menos a denúncia sem suficiência de provas”, acrescentou o procurador-geral de Justiça, dizendo que o resultado do mutirão foi excepcional.
Para o delegado-geral de Polícia Civil, José Edson Freitas, as duas instituições têm muito o que comemorar devido ao resultado do trabalho conjunto desenvolvido no mutirão. Ele informou, logo após a reunião, que a parceria terá continuidade em outras ações, reforçando que o Grupo Especial de Apoio Investigativo (GEAI) que já vem atuando vai focar seus trabalhos nos 601 inquéritos que estão em andamento nas delegacias. “Quando mais houver harmonia entre as duas instituições, maior será o saldo positivo para sociedade, pois é quem mais ganha com a parceria de combate ao crime em Alagoas”, afirmou o delegado.
Ainda participaram do encontro as promotoras Karla Padilha, Cíntia Calumby, Miryã Ferro, o promotor Luiz Vasconcelos e o procurador Afrânio Roberto; as delegadas Luci Mônica, Fabiana Leão, Rebecca Cordeiro e Adriana Gusmão.