O aprendizado é muito mais um processo de mudança conceitual do que a absorção de um conhecimento transmitido. Seguindo esse conceito, a instituição museu é o espaço ideal para o desenvolvimento dessa forma de se oferecer e receber cultura. E foi pensando em compartilhar o seu local de observação, interação e reflexão, que o Ministério Público do Estado de Alagoas reabriu as portas, na manhã desta quinta-feira (27), para receber estudantes de escolas públicas de Maceió. É o projeto “A escola visita o MP e o Memorial” que retomou suas atividades e permitiu que alunos de um colégio estadual conhecessem a história do MPE/AL, contada pelo Memorial Desembargador Hélio Cabral (MDHC).
Durante quase duas horas, alunos do Ensino Médio da Escola Estadual Fernandes Lima, situada no Sítio São Jorge, receberam explicações sobre o que é o Ministério Público, qual o seu papel constitucional e quem foram e quais são os seus membros, entre procuradores e promotores de Justiça.
O grupo foi recepcionado pelo procurador-geral de Justiça, Sérgio Jucá, pela promotora de Justiça e curadora do memorial, Kícia Cabral e pela coordenadora geral do MDHC, Gisela Pfau. Na primeira explanação, Jucá descreveu ao grupo de alunos qual é a função do MPE: “O Ministério Público é uma instituição que pertence ao povo brasileiro e, em todos os estados do País, existe uma unidade. Ele é composto por procuradores e promotores de Justiça que têm a missão de trabalhar em defesa da cidadania e com o propósito de fazer justiça. Os membros atuam na proteção dos direitos da criança e do adolescente, do idoso, da saúde, das minorias, do meio ambiente, do consumidor, ou seja, defende vários segmentos da coletividade. Outra função nossa é combater a ausência de probidade administrativa e fazer as denúncias contra aqueles que infringiram a lei por meio da prática de um crime ou de uma infração penal. E fazemos tudo isso por ideal, porque somos vocacionados”, detalhou o chefe do MPE/AL.
Sérgio Jucá também incentivou os alunos a estudarem bastante. “Toda a minha vida estudantil foi em escola pública. Eu estudei na Escola Estadual Moreira e Silva e, na sequência, fui para a Ufal, onde me formei em Direito. Sempre adorei ler, estudar e os livros estavam sempre ao meu lado. Foi graças a essa dedicação aos estudos que me tornei promotor de Justiça aos 23 anos. Tenham certeza que a escola é uma usina de saber, portanto, dediquem boa parte do tempo de vocês a ela. E se as unidades de ensino não estiveram funcionando com eficiência, procurem o Ministério Público. Nós também estamos aqui para trabalhar em prol de uma educação de qualidade, tanto na rede pública, quanto na privada. E digo mais, sejam agentes multiplicadores dessas informações. É importante que seus familiares, amigos e colegas de sala saibam desse nosso papel”, explicou o procurador-geral.
“Nós temos aqui no Memorial Desembargador Hélio Cabral histórias prontas para serem narradas. São histórias de outras épocas do Ministério Público, evocadas pelos seus membros que contribuíram para o fortalecimento da nossa instituição. Também há as histórias sobre procuradores e promotores que permanecem na ativa, com suas maneiras de viver e pensar. O espaço é cheio de simbolismo e tenta demonstrar o valor de seus integrantes e o papel importante que tem o MP”, destacou a curadora Kícia Cabral.
Alunos ressaltam relevância do projeto
“Nunca tinha ido a um museu, essa está tendo uma experiência nova para mim. E que bom que pude começá-la conhecendo a história do Ministério Público Estadual de Alagoas. Estou achando muito interessante saber detalhes a respeito da identidade dessa instituição”, disse a estudante Ramyrez Soriano.
“Achei importante a iniciativa porque estamos aprendendo um pouco sobre a história de Alagoas. Foi um contato esclarecedor, sem dúvida alguma. Eu não sabia qual é a função do Ministério Público e, depois dessa visita, agora posso contar pra todo mundo qual é o papel desse órgão. Até vou explicar isso aos meus pais para que eles saibam a quem recorrer, caso exista uma demanda coletiva a ser cobrada dos poderes públicos. Se nossos direitos não estiverem sendo respeitados, o lugar certo para denunciar é o MP”, afirmou a aluna Iasmine Lima.
“O projeto é ímpar. Além de providenciar o translado para que pudéssemos estar aqui, O MP ainda nos deu a oportunidade de receber os esclarecimentos sobre a funcionalidade do órgão diretamente do chefe da instituição. Ele nos permitiu viajar por uma realidade até então desconhecida pela maioria de nós e fez com que tivéssemos consciência da história do Ministério Público, de suas memórias. Esse projeto tem que fazer parte do roteiro de atividades extra classe de todas as escolas estaduais e municipais de Alagoas”, defendeu o professor de História Jamerson Albuquerque.
“Prestes a entrarem numa universidade, nossos alunos tiveram contato com a história do Ministério Público Estadual e, em particular, com a trajetória de vida pessoal e profissional do procurador-geral de Justiça, Sérgio Jucá. Através de suas palavras, ditas de forma tão entusiasmada, ele tocou os estudantes no âmbito vocacional e despertou parte deles para o interesse na carreira de promotor de Justiça. Parabéns ao Ministério Público pelo projeto ‘A escola vai ao MP e ao Memorial’. Nosso desejo é que mais adolescentes venha aqui e possam receber tanto conhecimento”, declarou a também professora de História Edna Maria Santos Cavalcante Martins.
“Ficamos felizes em poder oferecer uma experiência que, ao mesmo tempo, é educativa e divertida. Amanhã, quando estiverem em sala de aula, eles vão escrever sobre essa experiência e, para nós, é fundamental que todos tenham entendido o papel da nossa instituição e o objetivo do projeto. Que venham novas turmas. Estaremos sempre de portas abertas”, garantiu a coordenadora geral do MDHC, Gisela Pfau.