O ato PGJ Nº 19/2017 instituiu o Programa de Atuação Ministerial para Conservação de Espécie Ameaçadas de Extinção no Estado de Alagoas, que tem como um dos objetivos o desenvolvimento de ações voltadas à conservação de espécies ameaçadas de extinção. Um dos primeiros projetos do Programa, o Plano de Ação Estadual de Conservação do Mutum-de-alagoas, foi apresentado, nesta quinta-feira (16), durante audiência organizada pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), aos moradores do município de Rio Largo.
A reunião de trabalho foi capitaneada pelo promotor de justiça Alberto Fonseca, titular da 4 ª Promotoria de Justiça da Capital e contou com representantes do Instituto de Proteção da Mata Atlântica (IPMA), do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA), da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA) e dos poderes Legislativo e Executivo de Rio Largo. Além da presença da população local.
“Realizamos a audiência para apresentar as diretrizes do programa à comunidade e às autoridades local. Rio Largo foi escolhido, por que a reintrodução do Muntum começará em uma mata localizada na cidade e o viveiro de adaptação do primeiro casal da ave foi instalado nas terras da Usina Leão, que fica no município. Acreditamos que a participação da população é fundamental para a total eficiência do sucesso da reintrodução. É preciso a união de forças da comunidade, das instituições que trabalham coma causa ambiental e do órgãos públicos para o sucesso do plano”, declarou o promotor de justiça Alberto Fonseca.
Durante a reunião o presidente IPMA, Fernando Pinto, fez uma explanação de todo processo de recuperação do Muntum, que consta na lista de animais ameaçados de extinção. “Foi um processo longo, que começou com o ambientalista e pesquisador Pedro Nardeli. É um processo delicado, que exige o envolvimento de todos. Cada um, seja de órgãos ambientais, instituições públicas ou mesmo da comunidade precisa se comprometer”, disse.
O pesquisador e professor da UFAL, Lahert William Lobo, fez uma pequena palestra sobre a reintrodução do Mutum como fomento para conservação da biodiversidade. Além dele, o secretário de meio ambiente de Rio Largo, Claudio Melo, falou sobre a importância da ação e colou a prefeitura da cidade à disposição para contribuir com a as atividades que estão sendo desenvolvidas.
Logo após o encontro, os participantes da Audiência Pública visitaram o viveiro de adaptação do casal de Mutum, que fica no Centro de Educação Ambiental Pedro Nardelli, na Usina Utinga, em Rio Largo. Durante a vista eles puderam saber de detalhes do funcionamento do processo de adaptação dos dois animais, que serão devolvidos para natureza em breve.
O promotor de justiça Alberto Fonseca avaliou a audiência como proveitosa, mas acredita que a discussão precisa ser ampliada. Por isso, foi marcada uma nova audiência pública, que deverá acontecer em fevereiro de 2018. “Acredito que será preciso estender esse assunto um pouco mais. A população precisa ser esclarecida, nos mínimos detalhes, sobre a importância do Mutum para Alagoas”, disse.
Além do titular da 4ª Promotoria de Justiça da Capital, a coordenação do o Plano de Ação Estadual de Conservação do Mutum-de-alagoas também tem assinatura dos promotores de justiça Magno Alexandre Ferreira Moura, Lavínia Fragoso e Stela Valéria Cavalcanti.