Em mais uma atividade promovida junto às comunidades, o Ministério Público Comunitário deu início nesta segunda-feira (9), ao VI Curso de Formação em Mediação Comunitária. O evento que segue até o dia 18 de abril tem por objetivo contribuir com a capacitação de lideranças comunitárias para a prática de mediação de conflitos. Nesta edição foram 41 inscritos, inclusive seis pessoas vindas de Palmeira dos Índios e duas participantes de São Miguel dos Campos, o que formou uma lista de espera.

Além do momento de ambientação, quando serão apresentados detalhes do curso, a formação terá dez módulos. Eles vão tratar do contexto histórico da formação de alguns bairros de Maceió; dos direitos humanos e mediação comunitária de conflitos; a importância do ouvir na mediação; questões comunitárias e sociológicas e propostas e experiências em mediação comunitária; diversidade; pessoas, relacionamentos e comunicação; princípios da mediação; princípios da mediação; a prática desenvolvida pelo programa; e direito de família.

Segundo uma das coordenadoras do programa, promotora de Justiça Maria José Alves, a realização do curso revigora o trabalho de fortalecimento da cidadania e a aproximação com o Ministério Público do Estado de Alagoas, uma vez que agrega novas capacidades e estimula o protagonismo dos membros da comunidade.. Segundo a representante da instituição, isso é importante e representativo para o processo de desenvolvimento local uma vez que fortalece e qualifica a participação cidadã das pessoas no meio ambiente onde vivem e estabelecem suas relações.

“É um conteúdo que abrange todas as áreas envolvendo educação, saúde, meio ambiente e questões que envolva o combate a violência doméstica contra a mulher, bem como as questões voltadas para s relações entre os cidadãos e o poder público em todas as suas esferas. Esse curso de mediação visa capacitar as pessoas da comunidade para atuar na comunidade e pela comunidade, a solução é mais eficiente, não é imposta, é negociada, construída entre as próprias partes em conflito, os mediadores são capacitados para serem pontes. Isso reflete na redução dos números de conflitos judicializados e no cultivo de uma nova cultura de paz e cidadania, em uma comunidade carente de políticas públicas”, afirmou a promotora de justiça.

Entre os facilitadores do curso, estão a assistente social do assistente social e psicóloga do MPE/AL, Jediane Freitas e Luciana Dantas, respectivamente, bem como o capitão da Polícia Militar Iran Rêgo. A advogada Margareth Alves e a professora Mestra e socióloga, Regina Trindade e o professor do curso de Arquitetura da Universidade Federal de Alagoas, Rubens Duarte. Além deles, os promotores de justiça e coordenadores do projeto, Maria José Alves e Cláudio Malta.

“A mediação é um método extrajudicial que permite a desconstrução dos usos, costumes e crenças das formas tradicionais de solução de conflitos, tendo como norte a construção coletiva de uma cultura de paz”, disse Jediane Freitas, que focará na população dos bairros e conjuntos residenciais Vergel do Lago, Levada, Ponta Grossa, Joaquim Leão, Trapiche e Virgem dos Pobres I, II e III.

Ela contou ainda que o grupo formado por pessoas vindas de Palmeira dos Índios está participando do curso depois de um pedido do promotor de justiça Thiago Chacon, que pretende implementar um projeto de mediação na promotoria daquele município.

MP Comunitário

O programa MP Comunitário foi instituído em 2011, com o objetivo de criar e fortalecer instrumentos alternativos para a solução de conflitos, a promoção social e da dignidade humana, com vistas à redução da violência, a criação de uma cultura de paz, reconhecendo e aproveitando os talentos e recursos comunitários.

Para a solução dos conflitos, o programa utiliza a mediação como instrumento alternativo para a solução dos conflitos. Como serviços do programa, destaca-se a mediação de conflitos entre familiares ou vizinhos, que tem apresentado resultados satisfatórios reconhecidos pela própria comunidade.

Os mediadores de conflitos atendem, diariamente, os casos de conflitos existentes entre os moradores do Vergel do Lago e bairros adjacentes. As principais demandas apresentadas estão relacionadas às questões familiares e aos conflitos das relações de vizinhança.