O Ministério Público (MPE/AL) do Estado de Alagoas, por meio da 49ª Promotoria de Justiça da Capital (Tribunal do Júri), conseguiu a condenação dos réus Valdelirio da Silva Cavalcante e Marconde da Silva Xavier a 13 anos e seis meses de reclusão pelo homicídio qualificado de Roberto Conceição dos Santos, conhecido como “Betinho”, em fevereiro de 2011. A pena dos condenados foi definida nesta segunda-feira (24) e deve ser cumprida em regime fechado.
Com o promotor de Justiça Anderson Cláudio de Almeida Barbosa na acusação, o MPE/AL mostrou ao Conselho de Sentença da 9ª Vara Criminal da Capital que o crime ocorreu sem chance de defesa da vítima, mediante dissimulação. Betinho foi morto a facadas após emboscada dos réus num matagal do Conjunto Selma Bandeira, no bairro do Benedito Bentes.
Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, a vítima havia trocado tiros com traficantes na rua onde Valdelirio reside, dois meses antes do homicídio. Para se vingar, o réu resolveu acabar com a vida de Betinho, com apoio de Marconde e um terceiro envolvido, Willams Jackson Marinho dos Santos.
Simulando amizade, estes dois convidaram a vítima para se drogar num terreno ao lado de um posto de saúde. Betinho chegou a recusar o convite, mas, diante da insistência de Marconde e Willams Jackson, acabou por aceitá-lo e foi ao local de bicicleta com os supostos colegas.
“Ao chegar lá, o acusado Marconde, juntamente com Willams Jackson, que já faleceu, ficaram fumando maconha, quando chegou Valdelirio. Chamando a vítima de ‘pilantra e safado’ e dizendo que a mesma ‘não faria mais nada na vida’, ele passou a esfaquear Roberto Conceição na nuca e na barriga”, disse o promotor de Justiça.
De acordo com a denúncia do MPE/AL, Valdelirio e Willams Jackson passou a pisotear a vítima já caída no chão. Betinho chegou a pedir ajuda a Marconde, mas este apenas observou a cena criminosa. Uma das testemunhas do crime viu quando os réus saíram do terreno com as roupas sujas de sangue.
Falso testemunho
O promotor de Justiça Anderson Cláudio pediu a abertura de inquérito policial para investigar a conduta de Rafael David Barros da Silva por falso testemunho. Inicialmente, ele afirmou à Polícia Civil que os réus eram o autores do assassinato.
Num segundo momento, durante a instrução processual, ele recuou e disse que desconhecia detalhes do crime. Porém, em juízo, Rafael mudou novamente a versão, afirmando que o autor material do homicídio qualificado seria Willams Jackson, já morto.