Denúncias de que moradores em situação de rua estavam sendo assassinados e desovados nos Edifícios Palmares e Ari Pitombo, na Praça Palmares, no Centro de Maceió, motivaram o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), por meio da Comissão de Acompanhamento de Moradores em Situação de Rua, designada pelo procurador-geral de justiça, Alfredo Gaspar, a realizar uma operação de varredura, nesta quarta-feira (24), nos dois prédios abandonados. O objetivo também foi averiguar se os locais servem como ponto de tráfico de drogas e armazenamento de armas.
Com o apoio das Polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal, da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), da Secretaria Municipal de Segurança Comunitária e Convívio Social (SEMSCS), e representantes do projeto Anjos da Paz, a operação percorreu as instalações dos dois edifícios e foi comandada pelo presidente da comissão, promotor de justiça José Antônio Malta Marques, que também é o coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça (Caop), e pelo membro da comissão, promotor de justiça Ubirajara Ramos.
Apesar de ter encontrado os locais em completo abandono, com muito lixo, janelas sem proteção, fosso do elevador desprotegido e sinais de arrombamento e vandalismo, não foi possível constatar que os imóveis servem para desova de cadáveres. “A operação foi oportuna porque havia denúncias de assassinatos dentro desses prédios envolvendo traficantes e moradores de rua. Na varredura, constatamos, neste primeiro momento, que não há nada relacionado a isso. Há, sim, sinais de que pessoas utilizam os locais para usar drogas”, explicou José Antônio Malta Marques.
Entretanto, ele destacou que partes de um dos prédios, como o fosso do elevador e uma cisterna, são escuros e de difícil acesso. “Nesses lugares há necessidade do apoio. Portanto, agendaremos uma visita posterior para, junto com o Corpo de Bombeiros, termos melhor acesso e averiguarmos como está a situação. Inclusive na cisterna, em épocas passadas, foi encontrado um corpo”, disse ele.
O promotor de justiça informou ainda que as entradas dos dois prédios serão fechadas e um relatório será encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) para que sejam tomadas as providências judiciais cabíveis, uma vez que ambos já foram condenados pela Defesa Civil e pelo Corpo de Bombeiros.