Discutir ações de prevenção às doenças emocionais e de incentivo à qualidade de vida: esse é o objetivo da II Jornada Vale a pena viver, que conta com o apoio do Ministério Público do Estado de Alagoas. O evento, promovido pela Associação dos Médicos Espírita de Arapiraca (AME), acontece durante todo este final de semana e está reunindo, na segunda maior cidade alagoana, autoridades e representantes de vários segmentos da sociedade civil organizada.
Presente a abertura das atividades, na noite dessa sexta-feira (26), o subprocurador-geral Administrativo Institucional, Valter Acioly, ressaltou que o Ministério Público, anualmente, realiza o Setembro Amarelo: “É um projeto muito importante, promovido pelo Núcleo de Defesa da Saúde Pública e pela Promotoria de Justiça de Coruripe, que visa incentivar a valorização da vida e desenvolver ações de prevenção à depressão, ao suicídio e à automutilação em escolas e junto às redes públicas de saúde e psicossocial. Ou seja, é o Ministério Público preocupado e discutindo, incentivando e executando trabalhos em prol da saúde mental e do bem-estar do cidadão”, declarou ele.
Valter Acioly também destacou que, igualmente, a cada ano, o MPAL leva às ruas a campanha Agosto Lilás, de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher. “Agora em 2022 nós resolvemos abordar o tema da violência psicológica que, ao contrário do que muita gente pensa, machuca a vítima com a mesma intensidade, fere a sua alma, fazendo com que ela perca a autoestima e até a vontade de viver. Por isso é tão fundamental essa conscientização sobre a necessidade da mulher romper o silêncio, não aceitar nenhum tipo de agressão, denunciar o seu agressor e voltar a viver feliz e com independência, principalmente emocional”, disse.
O médico Jean Rafael Santos Rodrigues, presidente da Associação dos Médicos Espíritas de Arapiraca, agradeceu a parceria do Ministério Público e afirmou estar honrado com a realização da II Jornada Vale a pena viver. “Para nossa honra e alegria, estamos reunidos aqui, com um auditório lotado, para falar sobre o quão é especial viver, sobre como precisamos estar preparados para encarar os desafios e problemas, de modo que consigamos enfrentá-los com equilíbrio, fé e vontade de continuar seguindo em frente. Estamos reunidos também para propagar que o caminho do amor é o mais correto a trilhar, independente da classe social ou da cor do outro, e que a gratidão é um sentimento que deve sempre nos acompanhar”, declarou.
O evento está sendo prestigiado pelo promotor de Justiça Rogério Paranhos, pelo presidente da AME Brasil, Gilson Luiz Roberto, pelo presidente da AME Alagoas, José Ricardo Santos, dentre outras autoridades, dirigentes de associações e sociedade.
As palestras
A palestra de abertura foi proferida pelo orador espírita Frederico Menezes, que falou sobre “O pensamento que transforma faz valer a pena viver”. Ele iniciou suas palavras comentando sobre como o pensamento tem um poder tão transformador na vida de qualquer pessoa. “As doenças também estão relacionadas com as escolhas materiais e mentais que fazemos. Tudo começa no campo do pensamento, e a gente atrai o que sente, fala e deseja. São essas coisas que vão produzir a resposta ao nosso ser, e que podem ou não nos tornar felizes ou nos adoecer. Se só nos desesperamos e agimos com pessimismo, o nosso organismo vai se defender de alguma forma, e reagirá com negatividade. Mas, se somos otimistas, vamos atrair forças equivalentes, energias do mesmo porte”, explicou ele.
Neste sábado, o evento tem seguimento até o final da tarde. Pela manhã, a médica Kátia Marabuco tratará sobre “Doenças emocionais: o desafio do século XXI”. Na sequência, o médico Geraldo Campana discutirá o tema “Transformando ansiedade em realização”.
Também estão na programação diversas outras palestras, como “Depressão: uma luz no final da escuridão” e “A psicologia do sentindo existencial”.
O médico Ricardo Santos vai encerrar o Vale a pena viver tratando sobre “O vazio existencial e a sedução às drogas”. Para ele, que é cardiologista, esse vazio é uma incompletude do ser: “Isso acontece porque não nos autoconhecemos, porque não sabemos do que somos feitos, qual o nosso propósito de vida e potenciais. E quando não somos devidamente educados na nossa família, saímos para a sociedade sem referência, sem saber lidar com os problemas e conflitos que nos chegam. E quando esse cenário se configura, onde faltam base e estrutura, a dor moral se instala, junto com a carência, e aí, as drogas e os remédios, a exemplo dos tranquilizantes, tornam-se a solução para o preenchimento desse vazio”, pontuou Ricardo Santos.
Fotos: Anderson Macena