O procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, condenou a descriminalização das drogas, na manhã desta quinta-feira (30), durante o Seminário “O poder devastador do crack”, evento promovido pelo Fórum de Prevenção e Combate s Drogas, numa sala de cinema do Maceió Shopping. O chefe do Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL) alegou que o Brasil ainda não tem maturidade para lidar com a liberação da maconha, afirmou os entorpecentes destroem o dependente químico e as famílias e que o combate às drogas precisa ser intensificado em todos os estados da Federação.
“Eu me espanto muito quando ligo uma televisão ou quando ouço de forma bastante simplória, para aqueles que se acham intelectuais, ou que em seus gabinetes não conhecem a realidade das ruas, que é hora de descriminalizar as drogas. Um país como o nosso, que não tem uma história de regramentos corretos, que dá exemplo ao mundo de corrupção, onde a sociedade ainda não aprendeu a sair às ruas para lutar por seus direitos, não pode permitir um discurso tão simples de que liberar as drogas é um caminho para salvação. Não é concebível dar um passo tão importante sem antes cuidar do dever de casa. Nós hoje olhamos com um sentimento de impotência grande a tragédia que se se abate sobre essa nação e essa tragédia é o mundo das drogas e todas as suas consequências. Há poucos dias estive num debate sobre a liberação das drogas e ouvi com certa preocupação como as pessoas tratam as experiências de países europeus mais desenvolvidos como se pudessem aplicá-las a um local chamado Brasil e replicasse o discurso como se fosse tudo bem simples e pudesse ser feito da mesma forma. Nosso país não tem a maturidade desses outros lugares”, afirmou Alfredo Gaspar de Mendonça Neto.
“A sociedade precisa entender que droga nunca fez, nunca fará e não poderá fazer nunca bem a qualquer ser humano. O crack, por exemplo, tem um poder de destruição assustador e a dependência dele faz com que o usuário destrua a si próprio e a sua família, uma vez que o dependente químico se torna uma pessoa violenta para poder conseguir manter o vício”, declarou o chefe do MPE/AL.
Ainda segundo o procurador-geral de Justiça, quaisquer outras drogas também não podem ser liberadas porque elas servem de ‘porta de entrada’ para
o crack. “O depoimento daquele jovem que abriu esse seminário reflete a realidade. Normalmente o ingresso no mundo das drogas começa com o álcool. Depois passa pela maconha, em seguida pela cocaína e, quando acaba o dinheiro, o dependente migra para o crack. E é aí que ele sai acabando com toda a sua família, fazendo com que aqueles que estão mais próximos percam o sentimento de esperança. O Brasil tem que eleger os seus maiores inimigos e um deles é a droga. Ela mata, está matando a todo instante. E, infelizmente, ainda continuará matando muita gente. É por isso que os investimentos no combate ao tráfico e na área de educação precisam ser cada dia mais reforçados”, disse ele.
Outros participantes
O Fórum de Prevenção às Drogas, coordenado pela professora Noélia Costa Amaral, ainda teve a participação de outras autoridades. Também participaram na condição de palestrantes o juiz baiano Flavio Moreno, a psicóloga Sara Nunes, o advogado Leonardo Moraes e o policial federal Flávio Moreno.
“O melhor caminho para se viver longe das drogas é a prevenção. Foi essa a mensagem que quisemos passar”, comentou a coordenadora do Fórum.
O público do evento foram acadêmicos dos cursos de Direito e Psicologia, profissionais da área de saúde e alunos de entidades sem fins lucrativos.