Nos primeiros cinco meses de 2022, o Disque 100 registrou 7.447 denúncias de estupro em todo o país. Dessas denúncias, 5.881 são relacionadas a abusos cometidos contra crianças e adolescentes, o que representa 78,9% das ligações. Esses dados foram divulgados pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, do Governo Federal.

Visando a proteção da população infantojuvenil, está sendo promovido em Rio Largo o curso “Metodologias de Prevenção de Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes na Perspectiva da Autoproteção”. Realizada nesta sexta-feira (04), a capacitação é uma iniciativa do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, gestores municipais e Ministério Público de Alagoas (MPAL)/CAOP – Núcleo da Infância.

Para o coordenador do Núcleo, promotor de Justiça Cláudio Malta, a oficina levanta uma discussão de grande relevância para a sociedade, reforçando o compromisso do Ministério Público com a Constituição, que traz como prioridade absoluta a promoção dos direitos de crianças e adolescentes.

“É preciso orientar crianças e adolescentes para que digam não a toda ameaça ou situação de violência sexual. Já não basta preparar o adulto para proteger as crianças. É imprescindível dar condições para que a própria criança e adolescente entenda o que é um ato de violência para que possa pedir socorro. Esse é o propósito do curso”, declara Malta.

Oficina

Representando o MP no evento, o promotor de Justiça Kleber Valadares falou sobre a importância de debates como esse, realçando o papel da instituição no enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes.

“O Ministério Público atua tanto na proteção das crianças vítimas de violência sexual, por exemplo, com medidas de acompanhamento por órgãos da rede de assistência, como também na sanção de infratores que vêm a cometer as referidas violências”, explicou Valadares.

O curso é ministrado pela pedagoga e escritora Caroline Arcari. Ela vem realizando formação para profissionais da rede de proteção com o objetivo de criar instrumentos de autoproteção para que a formação para prevenção seja uma realidade em todos os ambientes onde a criança possa estar: na família, na escola, na igreja e em todos os espaços comunitários.

“Só haverá combate à violência sexual contra crianças quando toda a sociedade se sentir responsável em promover meios educativos para que as crianças possam diferenciar um ato de carinho de uma conduta abusiva e violenta e possa dizer ‘não’, saiba onde pedir ajuda”, comenta a pedagoga.

Além do Ministério Público, o curso conta também com a participação do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente; da Secretaria Municipal da Educação; da Secretaria Municipal da Saúde; da Secretaria da Cidadania, Assistência, Desenvolvimento e Habitação de Rio Largo; e da Caqui Escola e Editora.