As vítimas estavam descontraídas numa festa e foram surpreendidas com os tiros. Os agressores agiram com frieza sem chance alguma de defesa para as vítimas. Mais uma vez o Ministério Público do estado de Alagoas (MPAL) teve postura plausível em sua sustentação, em defesa da vida, convencendo o conselho de sentença a garantir a condenação de Renato da Silva Vital que, somadas as penas, contabilizou 65 anos e 11 meses de prisão por crime de homicídio triplamente qualificado. A atuação foi da promotora de Justiça Adilza Freitas.
Consta nos autos que o condenado Renato Vital invadiu a festa deflagrando vários disparos, ocasião em que, além dos seus alvos, colocou muitas outras vidas em risco. A ação criminosa teve relação com o tráfico de drogas e foi motivada por tentativa de domínio de área. No entanto, para o Ministério Público, independentemente do que teria ocasionado, não há justificativas para se atentar contra a vida ou abatendo-a.
O réu integrante de facção criminosa e outros que integrava o grupo, após reunião decidiram ir ao local onde estava havendo uma festa comemorando aniversário e partida de jogo de futebol. Chegaram portando arma de fogo e efetuaram tiros contra as pessoas que lá estavam. Todos tentaram correr buscando fugir dos agressores. Porém, Anderson e Leandro não conseguiram e foram assassinados.
Executaram duas pessoas e tentaram matar três. O réu participou da reunião onde ocorreu a premeditação dos crimes e foi um dos que chegou atirando.
“O Ministério Público atuará sempre de forma firme e intransigente na defesa da vida na busca de justiça. Todos tem o direito de viver e todos tem o dever de não matar. Nesse caso, vimos a frieza de um homem que matou duas pessoas, tentou matar mais três. O conselho de sentença foi preciso em sua decisão, comungando com os anseios da sociedade e dos familiares das vítimas que morreram e das vítimas sobreviventes. Temos que ter empatia para com o próximo, ser solidário a dor e o sofrimento de quem perde ente querido e daqueles que sobrevivem a um atentado contra a sua vida porque deixa marcas para o resto da vida. O condenado brevemente será solto e a família dos mortos jamais terão seu ente querido de volta. A sociedade repudia a falta de piedade para com o próximo. ” declara Adilza freitas.
Os sobreviventes, Dênis Eduardo e José Ailton, relataram que até então vivem com sequelas. Dênis à base de medicamentos para depressão, enquanto Ailton que teve o sistema urinário afetado pelo tiro e passou por cirurgia, afirma conviver com muitas dores. Daniel Pereira chegou a ser intubado. Todas as vítimas usuárias de drogas.
Foram quase 10 horas de júri para que Renato da Silva Vital fosse condenado a 19 anos e três meses pelo homicídio de Leandro da Conceição; pena igual pelo homicídio de Anderson Antônio dos Santos Galdino, mais 12 anos e 10 meses pela tentativa de homicídio contra Daniel Pereira, outros sete anos, três meses e 15 dias pela tentativa de homicídio contra José Ailton, mesma pena pela tentativa contra Dênis Eduardo.
As testemunhas de defesa nada sabiam informar sobre o crime e foram para sustentar o álibi do réu – negativa de autoria. Por terem mentido, o Conselho Reconheceu a mentira, e elas foram encaminhadas a delegacia para as providências quanto ao crime de falso testemunho.
Foto: Anderson Macena