A idade de dona Filadélfia Silva não foi empecilho para ela voltar à sala de aula. Pelo contrário: aos 68 anos, ela era uma das alunas mais ansiosas para o curso de inclusão digital, iniciado na tarde desta segunda-feira (21), no município de Campo Alegre, durante o primeiro dia de execução do projeto Idoso Cidadão, uma iniciativa do Ministério Público do Estado de Alagoas. Durante dois meses, ao lado de mais 14 idosos, a aposentada aprenderá a utilizar a tecnologia a seu favor, sendo treinada para fazer uso de aplicativos, redes sociais e acessar páginas da Internet.

No comando dos trabalhos, na Promotoria de Justiça de Campo Alegre, está o promotor de Justiça Andresson Charles Silva Chaves, que aderiu ao projeto Idoso Cidadão, vinculado ao Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos do MPAL e coordenado pela promotora de Justiça Marluce Falcão. “Aprender a usar essas ferramentas tornará essas pessoas mais independentes e menos suscetíveis a golpes virtuais. Nosso desejo é para que venham muitas outras turmas depois desta aqui, que está sendo pioneira na capacitação. Tirem o máximo de proveito e contem com o Ministério Público sempre, nós estamos aqui como instrumento de transformação social”, disse ele, durante o bate-papo de abertura do curso.

Dona Filadélfia falou em nome dos alunos e agradeceu pela oportunidade de estar recebendo o conteúdo: “Quero aprender a baixar o aplicativo do banco e consultar o meu saldo, acessar os dados do meu INSS, entrar para as redes sociais. A gente tem que evoluir junto com o mundo, não é? Obrigada ao Ministério Público e a Prefeitura de Campo Alegre”, declarou a aposentada.

A execução do projeto será acompanhada de perto pelo Ministério Público que, para implantar a primeira turma, contou com a parceria do Poder Executivo. As Secretarias Municipais da Mulher, Juventude, Idoso e Família e de Educação cederam o espaço, a professora e o acesso à Internet.

Conteúdo

No conteúdo programático do curso proposto pelo MPAL, os alunos aprenderão sobre como baixar fotos, vídeos e aplicativos, navegar na Internet, entrar e criar lives nas redes sociais, participar de reuniões on-line, fazer videochamadas e como se prevenir de golpes virtuais.

Ao final do curso, um smartphone será sorteado entre os alunos mais assíduos. Os aparelhos estão sendo adquiridos por meio de transações penais propostas pelo Ministério Público que, diante de crimes de menor potencial ofensivo, tem pedido a conversão da pena dos delitos cometidos para produtos que possam beneficiar entidades, projetos e instituições públicas.

Fotos: Claudemir Mota