Uma barbárie, uma sociedade comovida, uma família emocionalmente destroçada, um júri, nesta quinta-feira (16) , a partir das 9h, no Fórum Jairon Maia Fernandes, no Barro duro, em Maceió, com o Ministério Público de Alagoas (MPAL) sustentando a forma cruel, o motivo torpe com que foi ceifada a vida de Maria Aparecida Pereira e cometida a tentativa de homicídio contra o seu namorado Agnísio dos Santos Souto, ações criminosas que colocam no banco dos réus o ex-soldado da Polícia Militar de Alagoas Josevildo Valentim dos Santos Júnior. O promotor de Justiça Antônio Vilas Boas será o representante ministerial e pedirá pena máxima por homicídio triplamente qualificado.
Passados três anos, a primeira tentativa de julgamento ocorreu no dia 13 de julho de 2023, no entanto, o júri popular foi suspenso visto o abandono processual do advogado de defesa de Josevildo Valentim.
“O Ministério Público está preparado para apontar a crueldade promovida pelo réu, crimes cometidos com frieza, gerando sofrimento às vítimas antes de decidir matá-las. Sequestrou o casal que estava na porta de casa, levou para uma mata, estuprou a moça enquanto o namorado estava no porta-malas do seu carro, retirou-o e com o propósito de causar-lhe dor, matou a namorada na sua frente. Depois efetuou dois disparos na direção do rapaz que, por sorte, sobreviveu e narrou toda a barbárie. Sustentaremos nosso pedido para que seja condenado por homicídio triplamente qualificado contra a mulher, por motivos torpe, meio cruel e que dificultou a defesa da vítima e com o agravante de feminicídio pois precisamos dar uma resposta à sociedade e mostrar que criminosos não podem ficar impunes. Acreditamos que a justiça será feita”, declara o promotor Vilas Boas.
O caso
No dia 13 de julho de 2019, no início da madrugada, Agnísio deixava Maria Aparecida em casa, amos conversavam à porta quando o veículo modelo Voyage, de cor azul-marinho e placa ORK 2422, parou e o ex-militar desceu com a arma em punho obrigando o casal a entrar no mesmo. O rapaz foi colocada na mala do carro, enquanto Aparecida recebeu ordem para sentar no banco de passageiro.
Josevildo Valentim levou o casal para uma mata por trás da mineradora Braskem, palco da violência por ele programada e executada. Agnísio sobreviveu porque fingiu estar morto, mas contou sobre a estupidez que presenciou a exemplo dos gritos de Aparecida após ser obrigada a manter relação sexual com o acusado, bem como ao pedir para que não a matasse. Mas, logo após o estupro Maria Aparecida foi executada. Já Agnísio levou dois tiros, mas se fingiu de morto e, certo de que havia matado os dois, Josevildo foi embora.
No início da manhã, Agnísio saiu se arrastando em busca de socorro e deparou-se com algumas pessoas que acionaram a polícia após relatar o ocorrido. Ele tinha gravado a placa do carro, o que facilitou a identificação do réu.
Foto: Almagis