O Ministério Público de Alagoas realizou nesta quarta-feira (22) um júri simulado com alunos da Escola Estadual Onélia Campelo, em Maceió. Durante a atividade, os adolescentes puderam conhecer como funciona o Sistema de Justiça, principalmente no julgamento de crimes dolosos contra a vida, já que eles participaram de um júri de tentativa de feminicídio.
“É uma discussão que conscientiza não só nós, mulheres, como os homens também. É bom para que todos tenham consciência do assunto, que é uma pauta que vem sendo muito debatida. Conseguimos ver, na prática, como funciona um julgamento de uma tentativa de feminicídio. Todos nós ficamos nervosos com a encenação. Foi bem legal”, afirmou a estudante Rayssa Pimentel, do 2º ano do Ensino Médio.
Quem também aprovou a iniciativa foi o seu colega, Guilherme Cardoso, que atuou como juiz durante a simulação. “Além de trazer que devemos ter consciência para fazermos escolhas certas, a simulação também mostrou como funciona a Justiça, a importância que ela tem para a sociedade. Também mostrou profissões que podemos seguir, como promotor, advogado, juiz”, relatou.
Atividade
A promotora de Justiça Lídia Malta explica que o objetivo da atividade foi alcançado, contando com o engajamento de todos os estudantes. “A proposta aqui foi mostrar aos alunos o funcionamento da Justiça e, também, que eles pudessem se visualizar como protagonistas no processo. Eles puderam sentir efetivamente a realização da Justiça. Os alunos saíram satisfeitos daqui e nós também”, afirmou.
A simulação trouxe ainda a discussão de uma temática social, a exemplo dos direitos das mulheres. Para o promotor de Justiça Lucas Sachsida, esse tipo de debate contribui para uma educação voltada à cidadania. “A gente tem que lembrar que a educação não é para criar um profissional, mas para formar um cidadão e esse projeto traz isso. Foi incrível, todo mundo ficou muito feliz em participar, interagindo. Foi muito positivo”, destacou.
Projeto
A coordenadora pedagógica, Luciana Silva dos Santos, acredita que iniciativas como essa do Ministério Público contribuem para o aprendizado dos estudantes, permitindo a eles o contato com exemplos do dia a dia. “São temas como esse, trazidos na prática, que ressignificam o aprendizado. O Ministério Público está de parabéns. Eu acredito nesse tipo de iniciativa, em que teoria e prática andam juntas”, relatou.
O júri simulado é realizado pelo MPAL por meio dos projetos “Escola do Júri: O Tribunal da Cidadania” e “Dever de Casa”. O primeiro é composto pelas promotoras de Justiça Lídia Malta (coordenadora) e Ariadne Meneses e pelo promotor Ricardo Libório. Já o projeto “Dever de Casa” tem como integrantes os promotores de Justiça Lucas Sachsida (coordenador), Kleber Valadares, Gustavo Arns e Hylza Torres.