Um caso estarrecedor que chocou a sociedade e causou traumas em duas crianças e sequelas graves na vítima, levou ao banco dos réus, nesta quinta-feira (11), no Salão do 3º Tribunal do Júri ca Capital, Thiago dos Santos Silva, de 28 anos, que recebeu pena de 26 anos e 8 meses de prisão por atear fogo em sua esposa Polyana Medeiros e Silva, de 23. O caso ocorreu no bairro Village Campestre, parte alta de Maceió, e o Ministério Público, mais uma vez, com grande atuação, sensibilizou o Conselho de Sentença que acatou todos os pedidos.
Thiago dos Santos tentou matar a vítima por motivo fútil, consistente no ciúme que nutria por ela. Executando o crime friamente na presença dos filhos.
“Esse júri significou que a sociedade repudia essa forma brutal de homens que insistem em manter a companheira como objeto de posse e, costumeiramente, agredi-las. Trouxe para reflexão o encorajamento das mulheres no tocante às denúncias. Esperamos que a pena consiga intimidar aqueles que agredirem suas companheiras. Ressaltando que a pena reprimenda é mais severa quando as agressões ocorrem na presença de descendente e/ou ascendente. No caso em comento, o filho à época, de 5 anos de idade, presenciou quando a mãe com o corpo em chamas, corria para rua desesperada buscando socorro”, declara a promotora.
Mesmo a justiça tendo sido feita e a sociedade recebido a resposta almejada, a promotora de Justiça ressalta o perigo ao qual a mulher é submetida quando oferece chances de reconciliação com homens agressores.
“Diante das agressões que vinha sofrendo, a vítima teve coragem e denunciou, requereu medida protetiva, no entanto, pouco tempo após, como quase sempre acontece, ela decidiu dar mais uma chance. O réu prometeu não mais agredi-la, no entanto a violência teve continuidade. Sabemos que a agressão física é o prenúncio para o homicídio, reforça a promotora Adilza Freitas.
Dados
No Brasil, segundo os dados do Fórum Brasileiro de Segurança, de cada 10 mulheres assassinadas, sete dos homicídios ocorrem dentro da própria casa. De janeiro a junho deste ano, no país foram registrados 722 feminicídios perfazendo 2,6% a mais do que o primeiro semestre de 2022.