O Ministério Público do Estado de Alagoas requereu, no último dia 12, a prisão de Arnóbio Henrique Cavalcanti Melo, réu no processo de feminicídio contra a professora Joana Mendes. Ele foi detido nessa quinta-feira (14). No documento anexado à ação penal, o promotor de Justiça Antônio Vilas Boas alegou que o laudo psiquiátrico apresentado por Arnóbio está sob suspeita podendo, o acusado, ter cometido os crimes de fraude processual, falsidade ideológica e corrupção ativa. O MPAL também solicitou a abertura de inquérito policial para investigar se, de fato, houve o cometimento de tais práticas ilícitas.
Ao questionar as informações contidas no parecer técnico psiquiátrico, assinado por um médico de São Paulo, o promotor Antônio Vilas Boas alegou “não existir indicativos de que o avaliado seja portador de algum transtorno mental e, portanto, sendo desnecessário qualquer exame médico psiquiátrico para aferir a sua higidez mental”.
“Não bastasse, há dúvida razoável quanto a veracidade do relatório acostado pela defesa do acusado, bem como a existência de indícios de crimes de fraude processual, falsidade ideológica e corrupção ativa, razão por que requer o Ministério Público que seja oficiado o delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas para que designe um delegado especial para investigar esses supostos crimes”, diz um trecho do documento assinado pelo promotor de Justiça Antônio Vilas Boas.
O caso
Joana Mendes foi assassinada com 32 facadas no rosto, em outubro de 2016, após se encontrar com o ex-marido, Arnóbio Henrique Cavalcanti Melo. Ele, dissimulando que queria conversar com a vítima sobre o divórcio, atraio-a para dentro de um carro, onde desferiu os golpes de arma branca contra a ex-mulher. A causa da morte de Joana foi choque hipovolêmico, intercorrência emergencial causada pela perda, em grande quantidade, de líquidos e sangue.
O réu alegou não se lembrar de ter cometido o assassinato e apresentou um lado que atestou insanidade mental. No entanto, o Ministério Público contesta o resultado do exame e suspeita que ele tinha sido uma fraude.
Após adiar o júri, que estava marcado para o próximo dia 18, para que sejam realizadas novas diligências sobre o caso, o Judiciário atendeu o pedido formulado pelo Ministério Público para a prisão preventiva do réu e designando a nova data para julgamento, que deverá ocorrer no início de 2024.