Hoje foi um dia de aula diferente para os alunos da Escola Estadual Rosalvo Ribeiro, em Rio Largo. Nesta sexta-feira, 22 de março, mês da mulher, eles participaram de um debate sobre violência doméstica e familiar durante uma atividade de júri simulado desenvolvida pelo Ministério Público de Alagoas.

A iniciativa foi aprovada pela estudante Lara Marianne, que, durante a simulação, atuou como promotora de Justiça em um caso de tentativa de feminicídio. Ela acredita que a violência contra a mulher é um assunto que deve ser debatido tendo em vista as estatísticas relacionadas a esse tipo de crime.

“É um assunto que precisa ser abordado porque é um crime que não acontece apenas em Alagoas, acontece no país inteiro. Devemos conversar e debater pois a violência contra a mulher é uma coisa que acontece 24 horas por dia. Precisamos divulgar isso, conversar sobre o assunto pois é algo sério”, afirmou Lara Marianne.

Quem também participou da atividade foi o estudante Alex César, que atuou como advogado de defesa. Ele acredita que o debate de temas sociais, a exemplo dos direitos das mulheres e o combate à violência de gênero, contribui para a formação dos jovens para a vida adulta. 

“Eu achei extremamente importante essa conversa que tivemos hoje para nos conscientizarmos. Nós já estamos chegando na fase adulta da vida e precisamos ter noção que somos iguais, independente da nossa orientação sexual ou gênero de origem”, comentou o adolescente.

Projeto

A ação educativa faz parte do projeto “Escola do Júri: o Tribunal da Cidadania”. Promovida pelo Ministério Público de Alagoas, a iniciativa busca aproximar o trabalho da instituição da comunidade escolar ao mostrar, na prática, como funciona o julgamento de crimes contra a vida por Júri Popular, explica a promotora de Justiça Lídia Malta.

“Hoje, discutimos sobre uma tentativa de feminicídio fictícia. É importante que eles vejam na prática como prevenir esse tipo de violência para que eles saiam daqui imbuídos de valores e novas expectativas sobre o combate à violência de gênero”, relatou.

O promotor de Justiça Kleber Valadares explica que esse tipo de debate atende à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que determina a abordagem em sala de aula de várias temáticas transversais, a exemplo do combate à violência contra a mulher.

“É importante trazermos isso para as escolas para que os estudantes passem a lidar com essa temática dentro da própria grade curricular e repliquem isso. Eles são sementes que vão crescer e, tendo essa oportunidade de aprender sobre prevenção, eles vão poder levar isso para a vida”, finalizou.