Causar violência física ou psicológica, de forma intencional, pelo prazer de constranger ou maltratar o outro tem sido muito comum em unidades de ensino. Devolver na mesma moeda não é o viável, mas silenciar pode levar a consequências graves. O Ministério Público de Alagoas (MPAL), com a propositura de instruir e prevenir sobre o bullying , por meio da 1ª Promotoria de Justiça de São Miguel dos Campos, e iniciativa do promotor de Justiça Marllisson Andrade, levou palestra educativa à Escola Municipal Francisco Sebastião Soares Palmeira, no município de Roteiro.
O que é, como se caracteriza, como a violência pode ser confundida com uma brincadeira e inocentemente a vítima ir sendo afetada foram elementos da explanação do promotor.
“O bullying é uma violência que se camufla com atitudes corriqueiras e entre colegas, principalmente nos estabelecimentos de ensino, ainda são recepcionadas como normais, coisas de criança ou adolescente sem nenhuma gravidade. Esse equívoco pode ir além do desconforto, de forma continuada pode abalar consideravelmente o emocional, atingir a autoestima e desencadear males que podem levar até a morte. A nossa pretensão é orientar crianças e adolescentes para que entenda que é algo sério,não tenham vergonha de pedir ajuda”, enfatiza Marllisson Andrade.
Geralmente, o bullying se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. As ofensas afetam o fator psicoemocional e, paulatinamente, na surdina, desestruturam as vítimas.
“São inúmeras as reações, com a sequência das anarquias ou dores físicas sofridas as pessoas que se tornam alvos tendem a querer abandonar os estudos, nitidamente há uma baixa no rendimento escolar porque são atingidas com humilhações racistas, difamatórias ou separatistas o que pode levá-las a desenvolver doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que influencie traços da personalidade ainda em formação”, reforça o promotor de Justiça.
Suicídio
Um dos pontos considerados mais trágicos e severos como sequelas das agressões sofridas, ou do bullying, é a inferiorização extrema e que já levou muitos jovens a se mutilar ou a tentar contra a própria vida. Já existe um número preocupante de casos de suicídio como resultado desse crime.
O promotor Marliisson Andrade elencou orientações imprescindíveis com o intuito de provocar reflexões nos participantes da palestra:
“Ande sempre com amigos;
Evite as áreas que os bullies frequentam;
Fique perto de adultos;
Pense em maneiras de se distrair, caso seja alvo de um bullying;
Se não conseguir escapar, pelo menos se esforce para ignorar as provocações;
Se necessário, defenda-se;
Evite devolver na mesma moeda;
Eleve a autoestima;
Faça o possível para evitar o cyberbullying;
Denuncie o problema a um adulto;
Defenda outras pessoas;
Converse com outras pessoas da sua idade sobre o bullying.
Ao final, o promotor colocou o Ministério Público à disposição para recepcionar casos sofridos pelos alunos.