Uma realidade caótica exigindo celeridade e intervenção do Ministério Público em caráter emergencial, respeito às vítimas e à sociedade. Dessa forma, uma atuação institucional conduzida pelo procurador-geral de Justiça, Márcio Roberto Tenório de Albuquerque, pelo assessor especial Edelzito Andrade, com apoio indispensável de vários promotores naturais, já trouxe resultados positivos em relação ao acúmulo de corpos no Instituto Médico Legal (IML) de Maceió. Após contato com alguns gestores municipais, houve o comprometimento de viabilizarem urnas funerárias bem como os locais para o sepultamento. Até o momento 27 prefeitos se manifestaram.
De acordo com o PGJ, Márcio Roberto, seria impossível não dialogar com prefeitos, convencendo-os de suas responsabilidades, bem como não poderia haver êxito sem que as autoridades ministeriais fossem mobilizadas.
“O problema é grave e precisaríamos dar uma resposta em curto tempo, desafogar o IML, que, como já sabem e foi veiculado, possui elevado número de cadáveres de indigentes. Assim que recebemos todas as informações e nos reunimos com o secretário de Segurança e a promotora Karla Padilha, decidimos que não havia tempo para um cronograma de ações, então optamos pela praticidade na tentativa de evitar uma tragédia. Mantivemos contato com mais de cinquenta prefeitos e cem por cento deles já disponibilizaram urnas funerárias e local para a inumação dos cadáveres provenientes dos seus municípios.”, enfatiza o chefe ministerial.
Para que se tenha noção dos avanços, após a ingerência do Ministério Público, abaixo a relação com os nomes dos municípios cujos gestores se engajaram e que se comprometeram em ajudar, além do número de corpos relacionados a cada um e que serão remanejados para os cemitérios locais::
Atalaia, 4; Barra de São Miguel, 2; Capela, 3; Colônia de Leopoldina, 3; Coqueiro Seco, 2; Delmiro Gouveia,1; Jequiá da Praia, 1; Maragogi, 7; Marechal Deodoro , 3; Novo Lino , 2; Pilar, 2; Rio Largo, 14; São Miguel dos Campos , 4; Satuba, 2; e União dos Palmares , 6, totalizando 57.
Na manhã desta quarta-feira (20), mais três municípios foram integrados à lista. Japaratinga, tem um cadáver; Jundiá, 3; e Porto Calvo, 3. Somados aos primeiros 57, o número aumenta para 64 corpos co sepultamento garantido no interior do estado.
O chefe do Ministério Público aproveita o ensejo para elogiar a atitude sensata dos prefeitos, ressaltando que, para o bem de todos , a vigilância continuará.
“Quero afirmar que continuaremos os contatos até zerar o estoque de corpos oriundos do interior. Esclarecer que a mediação do MP foi feita e, a partir de agora, caberá exclusivamente ao IML solucionar o problema, ou seja, regularizar a documentação necessária e encaminhar os cadáveres aos respectivos municípios”, conclui o procurador-geral de Justiça.
Dados do relatório do Instituto Médico Legal revelam que há 150 cadáveres estocados, sendo 67 de Maceió e o restante do interior.
Foto: Claudemir Mota