A segunda-feira (26) foi motivacional e de muito aprendizado para servidores do Ministério Público de Alagoas (MPAL), que viveram o “Momento Lilás” envolvendo palestras importantes sobre o empoderamento feminino. O procurador-geral de Justiça, Lean Araújo, ao lado do subprocurador-geral administrativo institucional, Walber Valente, da promotora de Justiça Lídia Malta, da fisioterapeuta dermatofuncional Jaqueline Galvão, e da nutricionista Thayse Soares, fez a abertura do evento.
O chefe do Ministério Público enfatizou o compromisso da instituição com a causa da violência doméstica e familiar e a importância de se debater sobre ela.
“Há uma constante preocupação do Ministério Público em relação a esse tema e entendemos que ele não deve somente ser levado para fora da instituição, mas gerar debates internos, ser abordado em nossa casa, orientando também os nossos servidores. Esse momento é de grande valia, obviamente será de grande proveito para todos os participantes”, declarou o PGJ.
A promotora de Justiça Adézia Carvalho, que atua no 2º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher foi a primeira a falar sobre o assunto. Para ela, a realidade ainda acende muitos alertas.
“Temos há muitos anos um trabalho voltado para a violência doméstica e ainda assim, diariamente, deparamo-nos com casos estarrecedores, depoimentos tristes e que nos deixam convencidos de que é preciso unir muito mais esforços, pois os agressores estão em todos as classes sociais. Esse é um tema que deve ser abordado o ano inteiro. É preciso conscientizar, envolver as pessoas do nosso ciclo para fortalecermos esse combate”, afirma.
A promotora de Justiça Lídia Malta iniciou as palestras defendendo o tema “Reconhecendo a violência: sinais de alerta e caminhos para o apoio às vítimas”.
“Sabemos que na violência doméstica a mulher pode ter ou não ter trabalhos, msm dentro de uma instituição tão forte como o Ministério Público, como o Judiciário, os Poderes enfim, é preciso incentivar para que a mulher também se sinta encorajada. É difícil entender o que está acontecendo com o mundo que ainda não superou, em pleno século XXI, aquele legado de violência onde as mulheres eram tidas como objeto. Por isso que campanhas como estas do Agosto Lilás são tão importantes”, ressalta.
Lídia Malta também lembrou da necessidade e importância de se identificar no relacionamento os primeiros sinais de violência que, geralmente, são confundidos com amor.
“Esse é o principal passo para qualquer mulher evitar que a escalada de violência surja e chegue até o feminicídio, porque esse é o time mais previsível que temos na legislação. Imaginem uma mulher que está sendo xingada, violentada, ameaçada ainda não se acha dentro desse contexto, não consegue enxergar que isso pode acontecer com ela, não consegue enxergar esses sinais porque não consegue enxergar a si própria. Ela precisa dizer quem tem que me respeitar sou eu, preciso entender porque minha autoestima está sendo rebaixada, estou sendo colocada numa situação a qual não pertenço e nem preciso pertencer. Então temos também essa incumbência de ajudarmos outras mulheres, de fazermos com elas se enxerguem e se valorizem, olhem no espelho e se reconheça que é capaz”.
Já Jaqueline Galvão, que é fisioterapeuta dermatofuncional, educadora física e terapeuta ortomolecular falou sobre “a importância do autocuidado para o empoderamento da mulher”.
“Falamos hoje do empoderamento feminino, de conscientização, mas essa conscientização tem de partir dos homens. Quando falamos de homens e mulheres precisamos entender que as culpas são divididas. A mulher não deve se submeter ao que o homem determina, ela precisa se cuidar, decidir o que é melhor pra ela. Então, diariamente é preciso que ela tenha um tempo para ela, que não só lembre dos afazeres domésticos, divida as 24 horas com marido e filhos, porque tudo só flui quando estamos bem. Se não vivermos apenas para o outro, estamos permitindo que o outro não nos valorize, admire ou respeitem”, explanou.
O autocuidado também foi reforçado pela nutricionista Thayse Soares enfatizando que a mulher também necessita aprimorar, selecionar o que come para que seu organismo possa reagir positivamente contribuindo para os ganhos diários. Ela apresentou uma pirâmide, dando orientações importantes para conseguir deixar não somente o corpo, mas a mente em situação de bem-estar.
Finalizando as falas, a advogada Ângela Paranhos mostrou que a mulher precisa saber qual é o seu papel, que ela deve entender que é esposa e não a mãe do marido. E que isso impõe respeito e provoca um olhar de valorização, pois, para ela, quando a mulher se permite a essa troca de papel abre caminho para ser vista de forma equivocada.
O evento também foi prestigiado pela promotora de Justiça Lavínia Fragoso que falou de sua experiência no mutirão da violência doméstica e familiar. Logo após houve sorteio de brindes (vouchers de massagens linfáticas) e foi servido um lanche oferecido, em parceria, pelo Sam’s Club.
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