Incentivar a valorização da vida e adotar ações de prevenção ao suicídio, à automutilação e à violência em todas as suas formas. Esse é o objetivo do projeto do Ministério Público Estadual de Alagoas (MPAL) que foi levado, nesta quinta-feira (11), ao município de Coruripe e contou com a presença do procurador-geral de Justiça, Márcio Roberto Tenório de Albuquerque. A cidade foi escolhida para receber a segunda etapa da “Ação estadual em defesa da vida” em razão da quantidade crescente de casos de crianças e adolescentes que buscaram ajuda junto à rede pública de educação. Essa iniciativa seguirá percorrendo todo o estado nos próximos meses com a realização de campanhas educativas e palestras para todos os tipos de público.
Durante todo o dia estarão acontecendo várias atividades no ginásio da Escola Municipal Liege Gama. Além do chefe do MPAL, Márcio Roberto Tenório de Albuquerque, também participam das ações a diretora da unidade de ensino, Rosykeila Rogério, os psicólogos Amílton Júnior Amaranto, Kaká Medeiros e Karla Melo e a psicopedagoga da Secretaria Municipal de Educação de Coruripe, Elisângela Castro.
No bate-papo com os alunos, o procurador-geral de Justiça começou explicando sobre como o Ministério Público atua na defesa da infância e da juventude, colocou a instituição à disposição dos estudantes para que eles busquem o apoio necessário da Promotoria de Justiça para enfrentar possíveis problemas e chamou atenção de todos para o fato de que é preciso respeitar a dor do próximo, já o que tema do encontro tem a ver com a valorização da vida. “Estejamos atentos aos sinais. A gente precisa enxergar com mais sensibilidade as pessoas que estão ao nosso redor e procurar compreender aquela fase ou momento em que elas estão necessitando de auxílio. Estender a mão é um gesto simples e que não nos custa nada. Não podemos julgar e nem lidar de forma preconceituosa. Agindo assim, com tolerância, certamente poderemos ajudar aqueles que estão precisando do nosso apoio. Muitas vezes, essas vítimas só querem ser ouvidas, só querem um pouco de atenção”, disse ele.
A diretora da Escola Municipal Liege Gama também ressaltou a necessidade dessa escuta.“Todo mundo conhece alguém que está passando por alguma dificuldade. Nas escolas, especialmente, essas pessoas podem estar sentadas ao nosso lado, podem ser colegas de sala. Então, sejam sensíveis, tenham um olhar atencioso e acolham”, aconselhou Rosykeila Rogério.
Não desistir
O psicólogo Amílton Júnior Amaranto, em sua dinâmica, discorreu sobre a importância da autoestima e da saúde mental. “Diante de uma dificuldade, substituam o não consigo pelo vou tentar outra vez. Cada vida importa muito”, afirmou ele.
A aluna Maria Clara de Lima, do Grêmio Estudantil da escola, elogiou o projeto e disse que ele tem uma simbologia singular na conscientização da comunidade escolar. “Quantas palavras tão necessárias ouvimos hoje. Façam isso no seu dia a dia, escutem, sensibilizem-se e reflitam sobre o poder do acolhimento”, declarou a aluna.
O município de Coruripe foi escolhido para esta etapa do projeto porque a Promotoria de Justiça local atuou, recentemente, em seis casos de automutilação. Uma das meninas, de 12 anos, machucava a si própria porque não conseguia ser ouvida dentro de casa pelos seus familiares.
“O papel da família e das escolas é fundamental nesse processo de ajuda. Por isso, é essencial que a rede de atendimento esteja pronta e capacitada para auxiliar aqueles que precisam de tratamento. Quando o caso chegar à equipe, os profissionais devem começar a agir de forma imediata para transformar a realidade dessas pessoas”, destacou a psicóloga Kaká Medeiros, voluntária do projeto Mensageiros da Esperança.