Estupro, morte e tentativa de homicídio. Por motivo torpe, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, para assegurar a impunidade de outro crime e feminicídio. O assassinato de Aparecida Rodrigues Pereira, 18 anos, levou o Ministério Público do Estado de Alagoas a ajuizar ação penal e denunciar o soldado da Polícia Militar, Josevildo Valentim dos Santos Júnior, que é réu confesso da barbárie que também atentou contra a vida do namorado da jovem, Agnísio dos Santos Souto. O promotor de Justiça, Rodrigo Soares, da 9ª Promotoria de Justiça da Capital, afirma que o pedido será de 60 anos de prisão pelos dois crimes.

“O crime está mais do que esclarecido. O militar confessou e justificou que estaria sob efeito de entorpecentes, vício que teria sido iniciado há dois anos, mas não absorvemos porque a própria companheira afirmou que ele revelou ter cometido outro estupro há sete anos. Logo, no entendimento do Ministério Público ele é um criminoso violento, quando na verdade era para proteger a sociedade e vamos pedir pena máxima”, declara o promotor Rodrigo.

O crime foi desvendado porque Agnísio se fingiu de morto e conseguiu ser atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu|), antes que o criminoso retornasse ao local.

“O Valentim depois de um tempo voltou ao local do crime para se certificar de que as vítimas estariam realmente mortas, mas se deparou com a ambulância e resolveu ir embora”, diz o promotor.

O crime

No dia 15 de outubro, no início da madrugada, o casal conversava na porta da residência de Aparecida quando o militar, que trafegava no local com seu Voyage, de cor azul e placas ORK2422, parou com a arma em punho e determinou, sob ameaçam que entrasse no veículo. Ambor foram arrastados para um local ermo, por trás da Braskem, sendo Agnísio colocado na mala.

Lá, Agnísio foi mantido na mala, enquanto o militar cometia todo tipo de violência sexual contra Aparecida.

Depois de toda a violência, ele atirou no Agnísio que caiu, depois deu mais um tiro e ele se fingiu de morto. Foi quando ele tirou a vida da jovem. Pela manhã, o policial retornou ao local para constatar as mortes, ou se alguém havia sobrevivido mas foi surpreendido com a presença dos socorrista e resolveu ir embora”.

Mediante as suspeitas de outros crimes de estupro, ocorridos em Marechal Deodoro e Rio Largo, o promotor de Justiça, Rodrigo Soares, disse que “o Ministério Público irá se empenhar e a 9ª Promotoria de Justiça manter contato com os colegas promotores para juntar as ações e pedir para que o processo possa ter celeridade”.

E finaliza: “ficamos desapontados quando nos deparamos com tamanha brutalidade, partindo principalmente de um servidor, agente da Segurança Pública”.