O Ministério Público Estadual de Alagoas (MPAL) fiscalizou, nesta quinta-feira (24), ao lado do Instituto do Meio Ambiente (IMA), a Central de Tratamento de Resíduos (CTR) do Pilar. É esse local que está recebendo todo o óleo que tem poluído as praias alagoanas. O objetivo foi verificar, in loco qual destinação está sendo dada ao produto, uma vez que ele é tóxico e causa danos não somente ao ecossistema marinho, mas também à saúde humana.
A inspeção foi coordenada pelo procurador-geral de justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, que esteve acompanhado do corregedor-geral substituto, Luiz Medeiros, do promotor de justiça e coordenador do Núcleo de Meio Ambiente do MPAL, Jorge Dórea, e de Leonardo Vieira, assessor executivo do IMA.
“Já são mais de 716 toneladas de óleo recolhidas das nossas praias e o Ministério Público precisava saber o que estava sendo feito com esse produto, uma vez que ele tem um alto potencial de toxidade, ou seja, trata-se de uma substância que se caracteriza pelo seu grau elevado de nocividade a qualquer organismo vivo. E, diante do nos foi explicado pela equipe técnica da CTR, os resíduos estão recebendo o tratamento devido, numa célula que foi preparada para comportar esse tipo de material, de modo que não vai afetar nem o meio ambiente desta localidade, nem os profissionais que aqui trabalham!”, explicou Alfredo Gaspar.
Esclarecimentos que tranquilizam
De acordo com o promotor Jorge Dórea, a fiscalização foi importante para fins de esclarecimento, especialmente à população. “A célula que nos foi apresentada é denominada de classe 1, ou seja, ela tem a tecnologia necessária para receber aqueles produtos mais nocivos. Diante do que foi argumentado, não existe chance do petróleo contaminar o solo aqui da região após ser compactado na célula”, disse ele.
“Isso, sem sombra de dúvidas, trouxe-nos um certo alívio, uma vez que podemos, a partir deste momento, concentrar nossa preocupação com o crime ambiental que está sendo cometido contra as nossas praias. O Ministério Público fez a sua parte porque, não iria adiantar muita coisa limpar uma área, enquanto outra poderia estar sendo contaminada. Agora que temos clareza do trabalho que está sendo feito, podemos dizer à população que o petróleo está recebendo a devida destinação”, acrescentou Luiz Medeiros.
E o assessor executivo do IMA, Leonardo Vieira, reforçou que a CTR do Pilar é o único lugar licenciado para receber esse tipo de produto. “Nenhum outro local tem autorização para receber o petróleo. Por isso, é importante que as prefeituras e a população saibam que só esta Central de Tratamento de Resíduos pode atuar neste caso”, destacou.
E foi Marnes Gomes, engenheiro civil e gerente de operações da Alagoas Ambiental (empresa que administra a CTR), quem deu todas as explicações técnicas sobre como está sendo armazenado todo o óleo que tem chegado. “Tem funcionado da seguinte maneira: o Instituto do Meio Ambiente entra em contato conosco e, aí, nós providenciamos um caminhão para ir até o local, fazer o recolhimento da forma correta, com todos os equipamentos necessários e que representam segurança para os nossos trabalhadores. E esses resíduos são trazidos para cá. Eles ficam, a princípio, numa área externa, também impermeabilizada, para só depois, ser trazido para dentro da célula”, detalhou ele.
“E é importante esclarecer que essa nossa célula tem 20.000m³ para confinar o material que foi recolhido e ela dispõe da estrutura necessária para resíduos da classe 1, que são aqueles mais nocivos ao meio ambiente e ao ser humano. Apenas que a população entenda, esse galpão é impermeabilizado com cinco camadas exatamente para evitar qualquer tipo de vazamento”, completou o engenheiro.