Setembro amarelo, uma corrente forte para salvar vidas com a prevenção ao suicídio. Porém, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), pensando no cidadão, vai além da campanha ‘Setembro Amarelo’ que ocorre anualmente e lançou o projeto “Ação Estadual do MP em Defesa da Vida que se tornará um programa com novos focos e novas medidas. Estão previstas ainda para 2019, ações em todas as esferas para atingir o público-alvo que não se trata somente da vítima, mas também das famílias.
O procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, reforçou a necessidade de um olhar diferenciado para, em parceria, o Ministério Público prevenir o suicídio. O chefe ministerial se mostrou extremamente preocupado com dados e formas de as pessoas tirarem a própria vida.
“Temos muita pressa, as pessoas estão adoecendo numa velocidade alta e é preciso chegarmos antes para evitar o trágico. Vivemos uma epidemia, os dados estão aí e são estarrecedores. O Ministério Público quer contribuir para reverter esse quadro alarmante ”, enfatiza Gaspar.
A coordenadora do Núcleo de Defesa da Saúde Pública (Nudesap), Micheline Tenório, ressalta que a prioridade é atuar em relação à implementação da Lei 3.819 que entrou em vigor no dia 28 de julho deste ano.
“O enfoque maior será na notificação, então serão desenvolvidas ações na área da Saúde, Educação, Defesa da Mulher, Direitos Humanos, e também na criminal. É um leque imenso de atuação e o público-alvo também é grande, de criança ao idoso existem vítimas e as próprias famílias das pessoas que se suicidaram ou tentaram suicídio, se mutilam também são vítimas. Então desenvolveremos, em rede, ações de atenção, prevenção a automutilação e ao suicídio. Precisamos interligar todas essas áreas para que essas pessoas que são acometidas por essa dor e esse transtorno não venham tirar a própria vida”.
E chama a atenção: “Não é frescura, não é para chamar a atenção, não é falta de Deus é uma dor psicológica que se transforma numa dor física e a pessoa que tenta contra a própria vida na verdade não quer se matar, é fazer parar a dor que está sentindo. Por isso existe toda uma necessidade de a sociedade não julgar essas pessoas , buscar proteger e ajudar. É preciso contar com a sociedade, é preciso ter um olhar despido de preconceitos, a partir da nossa casa observar nossos filhos, nossos avós, vivemos numa situação de epidemia mundial e Alagoas também está nesse rol”.
O evento contou com membros e servidores, além de representantes dos Conselhos Municipal e Estadual de Saúde, do Centro de Valorização da Vida (CVV).