Monstruosidade, violência, ameaça de morte, um estupro às 7h30 quando a vítima abria a porta da empresa onde trabalha, no bairro do Farol, tendo o anúncio de assalto como suporte para a ação criminosa. Diante de fatos comprovados, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL) ofereceu denúncia contra Sandro José Dantas Mendes, pedindo que seja juntado ao inquérito e remetido à 38ª Promotoria de Justiça da Capital o resultado do exame de DNA, do material coletado na vítima, bem como processos findos ou em tramitação que o tenham como réu.

Afirma o promotor de Justiça, Tácito Yuri, em sua denúncia, baseado no inquérito policial, que a mulher, vítima do abuso sexual, teme morrer visto o grau de agressividade do criminoso e a ameaça sofrida.

“É uma pessoa com passagens pela polícia, inclusive estava no regime semiaberto, mostrando claramente que seu instinto de violência, de afinidade com o crime é assustador. Inclusive, é possível perceber que em suas ações tem sempre a intenção de cometer abusos sexuais, tanto que ao abordar um rapaz na porta da sua casa, perguntou se ele era casado ou se havia mulher em casa. Obtendo a resposta negativa, desferiu-lhe um golpe de faca e ameaçou atirar nas pessoas se ele gritasse. Ou, seja, é de um alto grau de periculosidade, e o Ministério Público denunciou com toda a aposta de que, ao ser julgado, seja punido com a pena máxima e tenha esses atos criminosos como agravantes para os seus processos anteriores”, ressalta Tácito Yuri.

Para o membro ministerial, as ações criminosas de Sandro José Dantas Mendes devem ser enxergadas como bárbaras.

“Imagine você sair de casa cedo da manhã para cumprir com seu horário de trabalho, com suas obrigações, garantir a sobrevivência e ser surpreendida com uma arma, voz de assalto, mas antes da subtração dos objetos o criminoso lhe arrastar para um corredor, tirar suas roupas e violentar. Depois lhe deixar trancada numa sala e fugir. A moça foi brutalmente estuprada, correu risco de morte e também de contrair doenças sexualmente transmissíveis, fora o trauma que carregará para toda a vida. Não como definir, senão como crime cruel”, declara o promotor.

Tácito Yuri ressalta a mobilização do Ministério Público no combate à violência doméstica e familiar contra a mulher, destacando a importância de as pessoas denunciarem os suspeitos.

“Há um trabalho conjunto, uma união de forças para que esse quadro de violência contra a mulher seja revertido, mas a sociedade precisa ajudar o Ministério Público nessa missão. Temos o aplicativo somente para isso, as pessoas podem denunciar por meio da Ouvidoria, o que não podemos é ficar inertes”, afirma Yuri.

O aplicativo “Proteção Mulheres”, idealizado pelos Núcleos de Defesa da Mulher e de Direitos Humanos, e desenvolvido pela Diretoria de Tecnologia e Informação (DTI) do Ministério Público pode ser baixado nas plataformas Android e IOS e nele há as informações necessárias para o denunciante se basear.

Os crimes

No dia 8 de junho, por volta das 7h30, a vítima, que é responsável pela abertura do estabelecimento, chegava à empresa Brazlink Informática, no bairro do Farol, em Maceió, para iniciar a jornada de trabalho quando foi surpreendida pela abordagem criminosa do reeducando, do regime semiaberto, Sandro JJosé Dantas Mendes que, após esperar que a mesma deslisgasse o alarme, encostou-lhe uma faca e anunciou o assalto.

Empurrando-a para o corredor, tomou-lhe o celular, tirou suas roupas e a violentou sexualmente. Em seguida, levou-a para o andar de cima, de onde subtraiu dois notebooks e fugiu. Réu confesso da ação criminosa, preso um dia após no Terminal Rodoviário João Paulo II, no Feitosa, Sandro José afirmou ter vendido os equipamentos na Feira do Rato.

Vítima também dele, um rapaz foi seguido ao sair de uma casa lotérica. No dia 13 de maio, Sandro José acompanhou a vítima, subiu no mesmo ônibus e, na porta de casa, também a interceptou com uma faca e uma arma de fogo. Antes de subtrair a carteira com R$ 200, relógio, perfumes, procurava saber se havia mulher na residência e se a vítima era casada. Para concluir sua perversidade, desferiu-lhe um golpe na barriga e asseverou que se gritasse atirava em todas as pessoas do condomínio.

Além das duas vítimas, após reportagens televisivas, várias pessoas se dirigiram à delegacia e fizeram o reconhecimento.