O Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL) cumpriu um mandado de busca e apreensão na Prefeitura de Campo Grande, nesta quinta-feira (30). O objetivo seria recolher documentos relativos aquela administração pública desde o ano de 2013, época que o município era administrado por Miguel Higino, sobrinho de atual prefeito, Arnaldo Higino. Porém, para supresa da instituição, quando as equipes chegaram ao local, várias salas estavam com pastas reviradas e espalhadas pelo chão, o que resultou na abertura de duas novas investigações contra o Poder Executivo municipal.
A operação, que foi coordenada pelo promotor de Girau do Ponciano, Kleber Valadares – Campo Grande pertence a Promotoria de Girau – e pelo Gecoc, contou também com a participação de integrantes do Gaesf e da Polícia Militar. “O que vimos foram claros indícios de crime de extravio de documentos. As salas estavam completamente bagunçadas e nós não conseguimos achar muito material das gestões do sobrinho do prefeito, Miguel Joaquim dos Santos Neto, mais conhecido como Miguel Higino, muito menos do atual do gestor. Suspeitamos que houve o extravio para evitar que o MP tivesse acesso a papéis, contratos, informações importantes”, explicou Kleber Valadares.
O cumprimento do mandado de busca e apreensão desta quinta-feira é uma investigação paralela àquela comandada pela Procuradoria-Geral de Justiça que, na última sexta-feira (24), culminou com a prisão do prefeito da cidade, Arnaldo Higino. O gestor foi preso em flagrante delito pelo chefe do MPE/AL, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, no momento em que recebia proprina de um empresário, cujo estabelecimento fornecia mercadoria para a Prefeitura.
PIC e inquérito civil
Em função do resultado da diligência cumprida hoje, Kleber Valadares informou que está instaurando um procedimento de investigação criminal (PIC) e também um inquérito civil contra o vice-prefeito de Campo Grande, José Tenório dos Santos Neto – filho do prefeito Arnaldo Higino -, os integrantres da comissão permanente de licitação e em desfavor do secretário da área, uma vez que todos eles deveriam estar salvaguardando o patrimônio do município e, portanto, não poderiam ter permitido que aquela bagunça tivesse ocorrido em diferentes setores.
“Vamos apurar de quem foi a responsabilidade do ocorrido. O que não podemos permitir é que agentes públicos tentem esconder do Ministério Público dados e documentos que possam comprovar a práticade corrupção e improbidade administrativa”, completou o promotor de justiça.