O balanço da operação realizada em Alagoas, e que foi fruto da ação nacional deflagrada nessa quinta-feira (15), em nove estados do país pelos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos) do Ministério Público brasileiro, foi apresentado nesta sexta-feira (16), durante coletiva à imprensa. Trinta e uma pessoas estão presas e o saldo envolve ainda apreensão de drogas e armas.

Para Alagoas, um dos estados que participou da operação articulada pelo Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), foram expedidos 42 mandados de prisão e outros 37 de busca e apreensão. No total, 31 pessoas foram presas em Maceió e no litoral norte de Alagoas, inclusive, cinco que foram alvos de uma outra operação, a Mulungu, que aconteceu simultaneamente, mas, dessa vez, no Agreste alagoano.

De acordo com o promotor de justiça Hamílton Carneiro, integrante do Gaeco/MPAL responsável por investigações contra facções criminosas, o resultado atingiu o objetivo esperado no enfrentamento ao Primeiro Comando da Capital (PCC). “Conseguimos atingir grupos criminosos que dominavam o tráfico de drogas nos municípios de Paripueira, São Luiz do Quitunde, São Miguel dos Milagres, Maragogi, Japaratinga, Passo de Camaragibe e Matriz de Camaragibe. Além disso, também cumprimos mandado dentro do sistema penitenciário, tanto na Penitenciária Baldomero Cavalcante quanto no Presídio de Segurança Máxima. onde três integrantes do PCC continuavam atuando no comércio ilegal de entorpecentes”, explicou ele.

Para Hamílton Carneiro, o sucesso da operação se deu também graças a parceria realizada entre o Ministério Público e as forças de segurança pública de Alagoas. “Os nossos setores de inteligências e operacional se uniram para combater organizações criminosas que estavam atuando já há algum tempo na capital e no interior. E com a troca de informações e de tecnologia pudemos deflagar essa ação integrada”, destacou.

Pela Polícia Miliar, participaram dos trabalhos o Comando de Policiamento do Interior (CPI), o Bope, a Radiopatrulha, o BPTran, o 6º e 10 Batalhões, o Grupamento Aéreo, e as 1ª e 4ª Companhias. Já pela Polícia Civil, estivam presentes, além da Denarc, a Asfixia e a Oplit. A Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social também foi parceira da operação nacional. 

Drogas e armas

O delegado Gustavo Henrique Henrique, do Departamento de Narcóticos da Polícia Civil de Alagoas, apresentou o balanço das apreensões. “Foi uma operação que resultou na apreensão de três armas de fogo – uma pistola e dois revólveres -, 200 gramas de cocaína, oito gramas de crack, 37 bombinhas de maconha, 224 gramas de maconha em estado bruto e mais dois pedaços da mesma droga prontos para ser cortados”, disse ele.

De acordo com o Gaeco, a operação é resultado de três PICs – procedimento investigatório criminal do próprio Gaeco – e um inquérito policial do Denarc – Departamento de Narcóticos da Polícia Civil de Alagoas.

Todos esses PICs são referentes aos crimes de tráfico de drogas e organização criminosa e, para o trabalho executado no dia de ontem, os alvos foram três células diferentes do PCC. Já a Polícia Civil investigou a quarta célula do Primeiro Comando da Capital.

A operação nacional

A operação nacional aconteceu simultaneamente nos estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Rio de Janeiro. Com auxílio de forças policiais, os Gaecos de cada um desses estados cumpriu mais de 300 mandados de prisão e de busca e apreensão contra integrantes de grupos criminosos.

Tal ação foi coordenada pelo presidente do GNCOC, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto. “Os Gaecos do país inteiro trabalham incessantemente para combater as organizações criminosas que tanto afrontam a paz social e as forças de segurança do país. Seguiremos nesse propósito todos os dias”, assegurou ele, que é também procurador-geral de Justiça de Alagoas.

Gaspar acompanhou toda a operação direto da sala especial da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (CSI/MPRJ).