O Agosto Lilás do Ministério Público Estadual de Alagoas (MPAL) chegou a Rio Largo, nesta sexta-feira (9). Por meio do projeto Direito Humanos em Pauta, centenas de pais, alunos e professores de escolas públicas foram conscientizados sobre a importância da prevenção e do combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. No evento, realizado na Escola Municipal Judith Nascimento, que reuniu mais de 200 pessoas, também foram compartilhados outros tipos de conteúdos, como sinais de abuso sexual contra crianças e adolescentes, noções de cidadania, bullying e cyberbullying e mediação de conflitos.

Durante as atividades, que ocorreram durante toda a manhã, a campanha Agosto Lilás foi apresentada ao público pelas promotoras de justiça Hylza Paiva e Marluce Falcão, coordenadas dos Núcleos de Defesa da Mulher e de Direitos Humanos do MPAL, respectivamente. “Foi um espaço excelente para fazermos essa discussão sobre o enfrentamento à violência doméstica contra a mulher. Nas escolas, muitas vezes, os alunos apresentam algum tipo de comportamento estranho e é muito importante que os professores fiquem atentos a isso. Eles podem estar presenciando agressões dentro de casa e, de repente, podem não saber a quem pedir ajuda. Então, se a unidade de ensino estiver vigilante, vai acionar as forças de segurança ou o próprio Ministério Público para que as providências possam ser tomadas. A presença dos pais também foi fundamental porque mostramos o tema da nossa campanha deste ano, que são os 10 principais que comprovam um relacionamento abusivo, a exemplo de ciúme excessivo, chantagem e depredação do patrimônio particular”, explicou Hylza Paiva.

A promotora Marluce Falcão, que coordena o Direitos Humanos em Pauta, iniciativa que está disseminando as ações do Agosto Lilás, destacou que o projeto tem a grande missão de levar cidadania de uma forma geral ao público. “O Ministério Público tem um papel essencial quando o assunto é cidadania. O Direitos Humanos em Pauta é resultado de uma instituição resolutiva, que atua por meio de ações proativas em todo o estado de Alagoas. Nosso objetivo é discutir, principalmente com os mais jovens, o que são esses direitos e como exercê-los. Por isso, apresentamos a eles não somente a campanha Agosto Lilás, que fala, acima de tudo, sobre o respeito à mulher, e a necessidade da quebra do silêncio quando os seus direitos forem violados, como também discutimos outros temas atuais e que fazem parte das rotinas dos alunos, dos pais e dos professores. Com todos eles mais conscientes, teremos agentes multiplicadores capazes de nos ajudar na transformação social”, defendeu ela.

Combate à exploração sexual e ao bullying

O Ministério Público também reuniu a comunidade escolar para falar sobre o enfrentamento à exploração sexual infanto-juvenil e mediação de conflitos. Numa palestra para dezenas de pessoas, o promotor de justiça Cláudio Malta disse que a violência contra crianças e adolescentes, em todas as suas vertentes, ainda é uma triste realidade não somente em Alagoas, como no Brasil inteiro. “Temos indicadores ruins, tanto na área da educação, quanto nas demais. Serão necessárias ainda muitas políticas públicas para mudarmos esse cenário. Inclusive, temos que trabalhar ações de prevenção também dentro dos lares, onde existem muitas vítimas sendo exploradas sexualmente. Outra questão importante é dialogar com elas. As crianças, especialmente, precisam ser ouvidas. Elas não nos procurar voluntariamente. Temos que prestar atenção nos seus sinais”, explicou ele.

Já numa roda de conversa com pais e professores, a promotora de justiça Dalva Tenório falou sobre o projeto do Ministério Público ‘Notificar é preciso’ que, inclusive, está na final do Prêmio Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). “Estamos falando de um grande projeto na proteção de crianças e adolescentes e que, por meio do engajamento coletivo, quer tornar mais célere a punição para os abusadores. Criado em 2018 pelas 59ª e 60ª Promotorias de Justiça da capital, ele tem o objetivo de fortalecer a rede de combate ao crime de abuso sexual, envolvendo as forças da segurança pública, hospitais e demais instituições que atuam nessa área. E isso tudo para fazer com que a punição para o abusador possa acontecer em maior número. Inclusive, se isso acontecer, outras pessoas que estejam cometendo ou pensando em cometer o mesmo tipo de ilícito, vão saber que o MP e as demais instituições estão bastante vigilantes e atuando de forma dura contra eles”, explicou.

A promotora de justiça Cíntia Calumby, que atua em Rio Largo, também participou das atividades. 

As atividades foram finalizadas com palestras da Polícia Militar e da Secretária de Estado da Prevenção Contra Violência (Seprev), que falaram sobre bullying e cyberbullying e o perigo do abuso do álcool, tabaco e outras drogas.

texto agosto lilais