O Ministério Público Estadual de Alagoas (MPAL), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da 11ª Promotoria de Justiça de Arapiraca, e a Secretaria de Estado da Segurança Pública, através das Polícias Civil e Militar, deflagraram, na manhã desta terça-feira (18), a operação Echo, que visa desarticular uma organização criminosa (Orcrim) envolvida com falsificação de documentos, roubos, furtos e adulteração de veículos. Os mandados estão sendo cumpridos em Maceió, Arapiraca, Delmiro Gouveia, Coruripe e também em dois municípios de Pernambuco.


A operação Echo é resultado de um trabalho investigativo que durou cinco meses. Neste período, tanto o Gaeco e a 11ª Promotoria de Arapiraca, após a instauração de um procedimento investigatório criminal (PIC), quanto a Polícia Civil de Arapiraca, com um inquérito policial, apuraram a prática de ilícitos cometidos por criminosos que falsificavam documentos de carros, adulteravam chassis e comercializam esses veículos no mercado ilegal de AL e PE. Tais condutas fraudulentas ocorriam com maior intensidade em Arapiraca, onde aconteceu a maior parte das prisões.


Com base na apuração das duas instituições, foram expedidos 34 mandados de prisão, com todos os alvos sendo de Alagoas. Já os mandados de busca e apreensão totalizam 101, com 85 medidas cautelares sendo cumpridas em quatro cidades aqui do estado, e outras 16 em Pernambuco, nos municípios de Águas Belas, Iati e Garanhuns. Inclusive, alguns dos alvos pernambucanos são suspeitos de receber os carros para a realização das adulterações de chassis e para a falsificação dos certificados de registro e licenciamento do veículo (CLRV) e daquela sequência de números que fica grava nos vidros.

“Essa orcrim tinha acesso a algumas ciretrans no interior de Alagoas (Circunscrição Regional de Trânsito) e, dentro delas, conseguiam desviar o papel moeda que serve de base para a confecção dos documentos de carro. Então, de posse disso, os bandidos cometiam o crime de falsidade ideológica, produzindo o CLRV falso para, depois, vender os veículos furtados ou roubados com um novo documento, só que já falsificado. Nesse mesmo certificado também já constava o número adulterado do chassis”, explicou o promotor de justiça Hamílton Carneiro, integrante do Gaeco.

“É uma organização criminosa que já vem atuando em Alagoas há bastante tempo e, agora, com essa integração entre o Gaeco, a promotoria local, e todos as forças de segurança pública especializadas, está sendo possível desarticular o bando de uma forma mais completa. Fica também o nosso agradecimento ao Detran/AL, que fará as inspeções veiculares para comprovar as fraudes, e ao Gaeco de Pernambuco, que nos ajudou no aspecto processual dos mandados de busca e apreensão”, acrescentou ele.

Efetivo mobilizado

Devido ao volume de mandados que estão sendo cumpridos de forma simultânea, a operação mobilizou cerca de 150 viaturas das forças de segurança de Alagoas e Pernambuco. Desta forma, foram empregados militares dos Batalhões de Operações Especiais (Bope), Radiopatrulha (BPRp), Rodoviário (BPRv), Batalhão de Guardas (BPDG), 1º, 3º, 4º, 5º, 7º, 8º, 9º e 10º batalhões, além das 1ª, 2ª e 3ª Companhias Independentes de Polícia. Já a Polícia Civil alagoana atuou por meio das Delegacias de Repressão ao Narcotráfico (DNARC), da Regional, (4º DP), e da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Arapiraca.

O Gaeco do Ministério Público Estadual de Pernambuco e a Polícia Militar daquele estado também deram apoio importante às investigações do MPAL e da SSP.

Echo

A operação foi batizada de Echo porque essa palavra é sinônimo de repetição, fazendo uma alusão ao fato de que os alvos principais já possuem várias passagens na polícia pelo cometimento dos mesmos crimes.

Coletiva de imprensa

Os detalhes da operação e das investigações serão apresentados durante coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (19), às 11 horas, na sede da Secretaria de Segurança Pública. Na ocasião, os representantes da força-tarefa estarão à disposição dos jornalistas para entrevistas e outros esclarecimentos.

Com informações de Vanessa Siqueira, da Ascom SSP