Sob a coordenação do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), órgãos integrantes do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), o Comando Policial de Área I (CPA-I), 7ª Batalhão de Polícia Militar (BPM) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizaram, nesta sexta-feira (19), uma operação de combate ao tráfico de armas e drogas no sertão alagoano. Ao todo, a força de segurança cumpriu 23 mandados de busca e apreensão expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital.
A operação ocorreu nos municípios de Poço das Trincheiras, Maravilha, Ouro Branco, onde foram presas 14 pessoas: Maria Ediane Soares Rocha, José Soares da Silva, José Aparecido Soares, José Luiz Gonçalo da Silva, Manoel Alves Ramalho e Reginaldo David da Silva (Poço das Trincheiras); os irmãos Jaelson Lima da Silva e Janielson Lima da Silva, Alésio dos Santos, Lourival das Neves Pereira (Maravilha);e José Belarmino Silva, Vadeil Soares Farias, Alisson Francisco da Silva Maria Pastora Ferreira da Silva (Ouro Branco).
Também foram apreendidos 10 revólveres, sendo três calibres 32 e sete, 38; seis espingardas, sendo quatro calibre 32, um, 36, e outra, 20; 154 munições, das quais 50 são de fuzil calibre 7.62, de uso exclusivo das Forças Armadas. A munição da arma de guerra foi encontrada num barraco, localizado em meio à vegetação do bioma caatinga, em um povoado chamada Quandu, que fica na zona rural de Poço das Trincheiras, já na divisa com Pernambuco. Os policiais também apreenderam em Ouro Branco três motocicletas roubadas: duas CGs 125 e uma Yamaha YBR.
“O local serve de apoio a quadrilhas de roubo a banco que atuam no sertão”, explicou o promotor de Justiça Luiz Tenório, responsável pela operação junto ao capitão Winston Santana e o coronel Valter Do Valle de Melo Júnior (CPA-I) e o policial rodoviária federal Gouveia Brito. A força de segurança contou com 20 policias militares e uma guarnição e três patrulheiros da PRF, além da equipe do Gecoc.
Todos os acusados foram encaminhados à Delegacia Regional de Santana do Ipanema, sob a acusação de porte e posse ilegal de armas e munições, tal como por tráfico de armamento.
População vivia aterrorizada
Por meio do serviço de inteligência da Polícia Militar, o Ministério Público constatou a existência de uma organização criminosa que atua na região do Alto Sertão do Estado de Alagoas, mais precisamente nos municípios de Maravilha, Poço das Trincheiras e Ouro Branco. Além do comércio de ilegal de armas de fogo, há fortes indícios que os criminosos também estão envolvidos, direta ou indiretamente, em tráfico de drogas, roubos e homicídios.
Durante as investigações, verificou-se que o bando aterrorizava a população dos locais onde reside, mediante a utilização ostensiva de arma de fogo. Para manter o sigilo sobre suas respectivas identidades e condutas, os criminosos ameaçavam a população, determinando a morte de quem os desobedecesse.
“Os representados, apontados como sendo os autores e/ou facilitadores dos supracitados delitos, ao que parece, são conhecidos por muitos daqueles que habitam nos municípios em destaque, sendo considerados pessoas portadoras de altíssima periculosidade e de caráter violento, que transitam cotidianamente naquela região sertaneja, portando armas de fogo e certos da impunidade, haja vista o temor que impõem à população, em especial, nas comunidades onde residem, as quais são formadas por pessoas simples, humildes e quem temem desesperadamente seus atos”, afirmam os promotores de Justiça Antônio Luiz dos Santos Filho, Luiz Tenório Oliveira, Hamilton Carneiro Júnior e Fábio Vasconcelos Barbosa de Almeida.