O Ministério Público de Estado de Alagoas (MPAL) participou, nessa quarta-feira (11), das discussões para assinatura de um convênio que vai proporcionar atividades físicas e educacionais para o público socioeducativo e para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Nesse sentido, deverá ser assinado um termo de cooperação entre a Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev) e a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), com o aval da 12ª Promotoria de Justiça da Capital, que possui atribuição para atuar junto ao Sistema Socioeducativo. Outro convênio também deverá ser firmado, dessa vez, entre o Ministério Público Estadual e a universidade, na perspectiva de possibilitar o desenvolvimento de ações em todo o estado voltadas à inclusão sociofamiliar daqueles que conflitaram com a lei para que, assim, eles superem essa condição.
No sistema socioeducativo, as atividades deverão englobar programas de educação física, de esportes, de matemática e de informática, todos promovidos pela Ufal. Para a promotora de Justiça Marília Cerqueira, titular da 12ª Promotoria de Justiça, essa inciativa vai resgatar nos adolescentes em conflito com a lei o sentimento de pertencimento ao ambiente educacional e despertar um novo olhar sobre a convivência em sociedade. “Esse convênio é a abertura de um novo campo de transformação social para a socioeducação, possibilitando que adolescentes e jovens construam uma vida diferente daquela que o levou à prática do ato infracional. Estar inserido no ambiente universitário e descobrir suas habilidades e potencialidades fará uma diferença enorme no pós medida, no adulto que se formará mais adiante”, enfatizou ela.
A superintendente de Medidas Socioeducativas da Seprev, Denise Paranhos, também destacou a importância da prática esportiva durante o período de privação de liberdade. “Sabemos o quanto o esporte é fundamental para nossos adolescentes, principalmente durante a internação. Essa parceria será muito proveitosa e permitirá trabalhar as habilidades dos socioeducandos e até descobrir novos talentos”, afirmou.
Vulnerabilidade social
Durante a reunião, também ficou combinado que as mesmas ações serão executadas com jovens provenientes de locais a serem selecionados que apresentem altos índices de vulnerabilidade social de crianças e adolescentes. A ideia é que os programas passem a agir como fator de proteção ao público menor de 18 anos, oportunizando a sua formação cidadã.
A diretora do Instituto de Educação Física e Esportes da UFAL, Leonéa Santiago, explicou que a perspectiva da instituição de ensino é ser um setor inclusivo da sociedade. “Apresentamos algumas propostas de esporte educacional para trazer crianças e jovens alagoanos para dentro da universidade. Estamos abrindo as portas para que eles comecem a dar maior sentido à educação, à formação graduada e à vida a partir do trabalho, pois entendemos que instrumentalizar essas pessoas para o trabalho também é um papel da universidade”, esclareceu ela.
O encontro, que ocorreu no Campus Ufal, reuniu, além do MPAL, da universidade e da Seprev, representantes da Secretaria de Segurança Pública e do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) da Polícia Militar.
Com informações da Seprev.*
Foto: Victor Lopes.